Pra onde vão Cássio e Veneziano após a vitória de Romero?

O resultado das urnas em Campina Grande mostra que o senador Cássio Cunha Lima continua com a liderança inabalável. Ninguém em sã consciência pode deixar de reconhecer que a vitória de Romero (e Ronaldo Filho) deve ser creditada na conta de Cássio. Com mais de 41 mil votos de diferença, foi um placar acachapante e até inesperado, considerando o histórico das últimas eleições.

Mas, se Cássio venceu com Romero, o prefeito Veneziano não foi necessariamente derrotado, com o resultado adverso nas urnas para sua candidata Tatiana Medeiros. Vené conseguiu a proeza de catapultar sua candidatura, que partiu praticamente do zero e era desacreditada até mesmo dentro do seu partido até um patamar surpreendente. Afinal, ela conseguiu 40,86% dos votos. Não foi pouco.

Se Cássio foi vencedor em emplacar Romero, após duas derrotas anteriores para o próprio Veneziano (quando apoiou Rômulo Gouveia) o Cabeludo também mostrou ter fôlego. Poucos conseguiriam colocar uma candidata praticamente desconhecida, como foi Tatiana, na condição em que chegou, inclusive atropelando a deputada Daniella Ribeiro, que surgiu no início da disputa como favorita.

Os desafios de Cartaxo depois da vitória

Pode se dizer que o mais fácil para Luciano Cartaxo foi se eleger prefeito. Como amplamente comentado, Cartaxo foi beneficiado por uma série de fatores que inquestionavelmente definiram a sua vitória, a partir, por exemplo, do rompimento do prefeito Luciano Agra com o governador Ricardo Coutinho, e a decisão de apoiar sua candidatura. Foi o marco da campanha.

Ter passado pro segundo turno com o senador Cícero Lucena também foi fator absolutamente relevante para sua vitória. Dos três (Zé Maranhão, Estelizabel Bezerra e Cícero), o tucano era o que claramente tinha o menor poder de aglutinação de votos. Fato que ficou amplamente comprovado com o inequívoco resultado do segundo turno.

Agora, se a sua vitória foi imensamente facilitada por esses e outros fatores tão favoráveis, talvez daqui pra frente já não tenha mais esse céu de brigadeiro. Primeiro, vai precisar de muito poder de articulação e pulso firme para compor sua equipe, sem desagradar Agra (e sua gente), uma parcela significativamente do PT, setores do PMDB e outros aliados. E sem comprometer a qualidade.

Ibope acerta e pesquisas batem com resultado das urnas

Um fato inquestionável marcou essas eleições de segundo turno na Paraíba. As pesquisas bateram. Ficaram na margem de erro. Em João Pessoa, por exemplo, o Ibope previa uma vitória de Luciano Cartaxo, com 72% dos votos válidos, contra 28% conferidos a Cícero Lucena. Deu 68,13% para o petista e 31,78% para o tucano, ou seja, dentro da margem de erro.

Em Campina Grande, a última pesquisa do Ibope projetou o candidato tucano Romero Rodrigues com 57% dos votos válidos. No final da apuração, o tucano obteve 59,14%. Já a candidata do PMDB, Tatiana Medeiros, alcançou 40,86% quando o instituto tinha projetado um percentual de 43%. Um dado que ficou rigorosamente dentro da margem de erro.