A eleição que não terminou: o dia em que RC se aliaria a Cícero

No dia seguinte ao primeiro turno, a poeira das urnas nem bem tinham assentado, ocorreu um movimentação inusitada, especialmente quanto aos personagens envolvidos. O governador Ricardo Coutinho procurou o ex José Maranhão para sugerir uma operação que, pelo menos aos olhos do leigo, parecia puro surrealismo.

Ricardo propunha uma operação em que o senador Cícero Lucena, segundo colocado no primeiro turno, renunciaria para dar vez a Estelizabel Bezerra, sua candidata. Ou Cícero e Estelizabel abririam mão para Maranhão, que ficou em quarto, ser o candidato desses três grupos. Interlocutores chegaram ao senador Cícero e seus familiares.

O tucano reagiu, principalmente ao saber que a proposta nascera sob a inspiração do governador, seu desafeto histórico. O que Ricardo propunha era uma união de forças para derrotar Luciano Cartaxo, o PT e, por tabela, o prefeito Luciano Agra. Oferecia toda a estrutura que, no primeiro turno, estivera à disposição de Estelizabel.

O duro recado das urnas para RC

Assentada a poeira das urnas, ninguém em sã consciência tem dúvida de que o grande derrotado nessas eleições foi realmente o governador Ricardo Coutinho. E de todas as lideranças envolvidas na disputa, direta ou indiretamente, talvez ele seja quem mais precise refletir sobre o fracasso, para evitar um novo revés em 2014.

Ricardo perdeu em todos os maiores municípios do Estado, à exceção de Bayeux. E talvez nem isso, afinal Expedito Pereira não é exatamente um ricardista. E na maioria das 34 cidades em que o PSB elegeu prefeitos, certamente os eleitos não morrem de amores por ele, RC. Estavam casualmente no partido, não por seus belos olhos.

Um cenário que leva a uma indagação: por que o governador sofreu tamanha derrota? A resposta mais óbvia é seu estilo de fazer política, sem fazer amigos. Antes, faz inimigos. Basta lembrar o histórico de todos os aliados com quem andou rompendo nos últimos tempos. Todos, todos eles se tornam seus inimigos mais ferrenhos.