Sinal amarelo: RC poderá ter minoria na votação de suas contas pela Assembleia

Após o tornado que sofreu das urnas, o governador Ricardo Coutinho pode enfrentar novas tempestades pela frente. A começar pela Assembleia, onde se prevê a formação de uma ameaçadora frente fria. O PEN, com seus nove deputados, por exemplo, pode ser um fator de desequilíbrio no embate entre oposição e Governo.
Além do mais, a bancada do PT decidiu radicalizar na relação com o Governo RC, especialmente depois da disputa pela Prefeitura de João Pessoa, marcada pela ferrenha disputa entre o governador e o prefeito Luciano Agra, que foi adotado pelo partido, após adesão à candidatura de Luciano Cartaxo. Há muitas motivações em jogo.
De quebra, até o final do ano, é possível que a Assembleia leve a pauta uma matérias que é nitroglicerina pura: as contas do governador Ricardo Coutinho. Como se sabe, o Tribunal de Contas do Estado aprovou, em sessão tumultuada, apesar de parecer contrário do relator Umberto Porto, dos auditores e dos procuradores.
A queda de braço pelo comando da Câmara

O prefeito eleito Luciano Cartaxo até nega, mas existe, sim, um acordo com o ministro Aguinaldo Ribeiro (Cidades), presidente do PP, para o apoio à reeleição do vereador Durval Ferreira. Vem do tempo em que ocorreram as negociações com o PT para o apoio da legenda à candidatura de Cartaxo. Uma das condições foi exatamente o apoio a Durval.
O problema é que, nos últimos dias, aumentou consideravelmente a pressão, de integrantes do núcleo duro da campanha de Cartaxo, para rever a posição em torno de Durval. A pretexto de promover uma renovação na Casa, a proposta foi mudar o nome de Durval por outro igualmente palatável, e então surgiu o nome do vereador Bruno Farias, do PPS, coincidentemente partido do vice eleito Nonato Bandeira.
Cássio deverá manter aliança com RC até 2014

Claro que ainda depende de um parecer da Justiça. Mas, se o senador Cássio Cunha Lima não puder mesmo ser candidato a governador em 2014, então a Paraíba estará dividida entre dois cordões, que tem sido a tradição de disputas no Estado desde 1930. De um lado estará o governador Ricardo Coutinho e, de outro, o prefeito Veneziano.
Nesse cenário hipotético, certamente o senador Cássio manterá sua aliança com o governador. Não interessa ao tucano, do ponto de vista político, romper com Ricardo e ser obrigado a se compor com Veneziano e Vital. Mantendo a aliança, permanece ocupando espaços no Governo e pode preparar sua estratégia para 2018, com apoio de RC.
Nesse cenário, siglas como DEM, PTB, PR, PP, PEN e PT deverão procurar encontrar o seu espaço, para se acomodar visando a disputa. O PT pode até lançar candidato próprio, mas apenas se tiver um nome realmente competitivo. O ex-presidente Lula vai precisar de aliados para a sua própria campanha e certamente não arriscará ter ruídos nos Estados.