Uma pergunta tem sido recorrente nos bastidores esses dias: o que o prefeito Cícero Lucena e o deputado Aguinaldo Ribeiro (Progressistas) terão a conversar, lá em Brasília, nesta quarta-feira (16/07), em meio ao clima de tensão que tem marcado a relação interna da base governista na Paraíba, quando o assunto é definição da chapa partidária?
Está evidente a esta altura, que três pretendentes ao Governo do Estado resistem de deixar a postulação, por razões diversas. O deputado-presidente Adriano Galdino (Republicanos), por exemplo, está determinado a disputar o Governo numa eventual dobradinha com o presidente Lula, por se considerar o candidato com, naturalmente, mais longevidade no grupo.
O prefeito Cícero Lucena está claramente empolgado com as pesquisas e com a receptividade que tem recebido em visitas ao interior do Estado, tem sido um parceiro do governador João Azevedo (PSB) e acredita que pode ser o nome em condições de enfrentar o candidato das oposições.
O vice-governador Lucas Ribeiro, que tem sido considerado o candidato “natural”, na possibilidade cada vez mais concreta do governador João Azevedo deixar o posto para disputar o Senado, em abril do próximo ano. Lucas tem apoio de Aguinaldo e Daniella e, aparentemente, também de João.
Mas, há problemas. Galdino, aparentemente, não tem o apoio de seu partido, como ele próprio tem dito para seguir com sua pretensão. Teria de seguir praticamente em carreira solo, dai porque tem defendido a opção da base lançar três candidatos. Tem sido um ponto de tensão dentro do grupo.
Uma candidatura de Cícero tem esbarrado, pelo visto, na estratégia de João disputar o Senado com apoio do grupo Ribeiro, tendo Lucas no comando do Estado inclusive. Além do mais, se Lucas não for candidato, a senadora Daniella Ribeiro já avisou que irá para a reeleição.
Como, então, compatibilizar a chapa se há apenas duas vagas ao Senado, para serem disputadas entre João, Daniella e o candidato de Hugo Motta (Republicanos), que deverá ser seu pai, o prefeito Nabor Wanderley?
Estes são apenas alguns tópicos mais sensíveis. Há outros. Mas, pelo visto, será o mote da conversa em Brasília, entre Cícero e Aguinaldo. Algo que poderá ser empurrado mais um pouco com barriga, como se diz na praça, ou haver uma definição, inclusive com a possibilidade de Cícero mudar de partido.