2ª de fogo: Romero bate em Vené, que bate em RC, que não vai pra Assembleia
Uma segunda-feira que tinha tudo pra ser tranquila, com o retorno do calendário político, eis que está se transformando numa segunda de fogo. No rescaldo do final de semana, o ex-prefeito Veneziano foi pro ataque afirmando que “o Governo (Ricardo Coutinho), que deveria ser o novo, já nasceu velho”, e cita o tratamento que ele dispensa a várias categorias de servidores.
Mal a labareda acalmou, eis que o prefeito Romero Rodrigues (Campina), acusado pela Imprensa de prática de nepotismo na Prefeitura, mira suas baterias no… ex-prefeito. Romero confirma a nomeação de parentes em sua administração, mas faz questão de pontuar com agressividade: “Agora o que eu não vou colocar é um bocado de ladrão, como tinha no passado, ocupando cargo público na Prefeitura.”
De quebra, o governador RC novamente não comparece à reabertura dos trabalhos legislativos na Assembleia, programada para esta segunda. Alegou, é claro, que estava envolvido em sua reunião com os prefeitos. Evidente que, se fosse do seu interesse, ele iria. Ou se tivesse maioria na Casa. Ou se não tivesse perdido praticamente todas nos últimos tempos por lá.
Por partes. Veneziano tem razão quando critica o novo que nunca foi, pois novo não é aquele que não dialoga, se envolve em escândalos e trata mal médicos, professores, pessoal do Fisco, policiais e até aliados, como se viu sua ação contra Luciano Agra, Bira e Nonato Bandeira. Mas, Vené está com um flanco vulnerável, em função dos últimos dias de sua gestão.
O ataque de Romero Rodrigues foi realmente da pesada, sobre a nomeação do que ele chama de ladrões, na gestão anterior. Parece até que reverbera ataques desferidos, recentemente, pelo ex-vereador Cassiano, que foram na mesma linha. Vai exigir, obviamente, uma resposta de Veneziano. O assunto pode se tornar endêmico e prejudicar sua campanha ao Governo.
Finalmente, a negativa do governador RC comparecer à reabertura dos trabalhos na Assembleia, há que se reconhecer: ele já foi mais inteligente em suas justificativas. Dizer que não foi pode por causa do encontro com os prefeitos é risível. Se ele realmente desse valor ao trabalho legislativo, teria marcado o encontro em outra data. Também não pode dizer que não sabia que a reabertura seria nesta segunda. Ele foi deputado e conhece o protocolo.