Na mesma linha: Rômulo lamenta envolvimento de ex-assessor, livra RC e ataca Polícia Federal
O vice-governador Rômulo Gouveia seguiu a mesma linha de defesa do governador Ricardo Coutinho, no escândalo do Jampa Digital. Mostra que estão mais afinados do que se supunha. Pelo menos nesse caso. Na coletiva desta manhã (terça, dia 23), Rômulo atacou a Polícia Federal, da mesma forma que Ricardo. Disse que respeita a corporação, tem uma boa relação com a PF, mas discorda do relatório: “Não posso aceitar meu indiciamento, sem provas!”
Na sequência, Rômulo lamentou a citação de seu ex-assessor Thiago Meneses de Lucena, também indiciado pela Polícia Federal: “Não posso me responsabilizar nem pelos atuais assessores, imagine por quem trabalhou comigo em 2010. Que culpa tenho eu se ele trocou mensagens com pessoas da Ideia Digital? Se fosse na época que era meu assessor, e se ele tivesse praticando tráfico de influência, eu teria demitido ele de meu gabinete.”
Rômulo também defendeu o governador, no caso da contratação de Duda Mendonça, afirmando que foi o vice-prefeito Nonato Bandeira quem contratou. Da mesma forma, aliás, que Ricardo fez em relação ao ministro Aguinaldo Ribeiro (quanto à gestão do Jampa), ao ex-prefeito Luciano agra (por não dar sequencia ao programa) e ao vice Nonato Bandeira (no caso da contratação da empresa de Duda Mendonça).
Porém, Rômulo foi mais adiante, ao sugerir a quebra de seu sigilo bancário e de sua esposa, a deputada Eva Gouveia. Uma iniciativa, aliás, louvável de sua parte. Disse ainda que a emenda do Jampa Digital foi de sua iniciativa, mas foi subscrita por toda a bancada. Uma surpresa, porque afinal esse tipo de emenda sempre é subscrito por toda a bancada antes de ser incluída no Orçamento da União. E lembrou que Thiago foi seu assessor até 2010. Mas, o vice-governador sustenta que…
… As conversas com a Ideia Digital, empresa que ganhou a licitação do Jampa Digital, deram-se em 2012. Os trechos dessas conversas, que poderiam sinalizar para a prática da fraude, encontram-se no relatório da Polícia Federal. Adiante, Rômulo diz que o governador nada tem a ver com o escândalo, e que o relatório da PF é baseado apenas em suposições. Ou seja, segue no ataque à Polícia Federal, apesar de “respeitar” a corporação.
Para Rômulo, a participação de Ricardo Coutinho no escândalo foi apenas uma “interpretação pessoal do delegado responsável pelas investigações”. E repetiu o mesmo bordão do governador: disse que os argumentos da Polícia Federal no relatório são frágeis, e não provam a culpabilidade dele ou de Ricardo no escândalo.
Encerrou afirmando: “Não sou de me furtar dos debates, mas eu só poderia falar sobre isso com conhecimento de causa e eu não posso aceitar um indiciamento sem que haja nenhuma prova material que me incrimine”. Na coletiva, que ocorreu na sede da Associação Paraibana de Imprensa, Rômulo estava acompanhado apenas de sua esposa e da secretária Estelizabel Bezerra (Comunicação).
Nota final: Algumas alterações realizadas no texto original deste post, postado ao meio-dia, foram feitas, após novas declarações do vice-governador ao Blog, reparando parte de suas falas na entrevista coletiva.