Procurador estranha sigilo de Justiça pedido pelo ministro no Caso Jampa Digital
O procurador regional da República Domingos Sávio Amorim estranhou uma iniciativa de advogados do ministro Aguinaldo Ribeiro (Cidades), para que as investigações relativas ao escândalo do Jampa Digital, solicitadas pela Polícia Federal junto ao Supremo Tribunal Federal, sejam realizadas em segredo de Justiça: “É um grande absurdo!”
E acrescentou o procurador, surpreso com a concessão: “Pelo artigo 93, inciso 9 da Constituição Federal, em processos que envolvem dinheiro público não é comum decretar segredo de Justiça.” O pedido foi atendido pelo desembargador Paulo Roberto de Oliveira Lima, do Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF/5ª), em Recife, na última quinta (dia 1).
O desembargador também atendeu solicitação do Ministério Público Federal, autorizando a remessa dos autos para o Supremo, ante os indícios de envolvimento do ministro no escândalo. Para o procurador Domingos Sávio, que analisou o inquérito realizado pela Polícia Federal na Paraíba, há evidências de que houve realmente desvio de verbas públicas federais na implantação do Jampa Digital.
A situação dos envolvidos no esquema se agravou após depoimento do motorista Roberto Gomes Silva Filho. Ele revelou ter trabalhado na campanha de Ricardo Coutinho, em 2010, e que recebeu seus pagamentos (no valor de R$ 3,3 mil) de uma empresa fantasma, a Brickell e que foi pago por um executivo da Mkpol, empresa de marketing político do publicitário Duda Mendonça, que trabalhou para RC no 1º turno da campanha.