Na Paraíba é assim: empresários fecham postos com medo dos bandidos
É bem verdade que muita gente do Governo do Estado sente urticária sempre que o assunto é o aumento da violência na Paraíba, e reclama quando a Imprensa registra a escalada de criminalidade. Mas, como esquecer, por exemplo, que nos primeiros sete meses deste ano foram 152 assaltos a ônibus, quando, durante todo o ano passado, foram apenas (!) 154 ocorrências?
Na tarde desta quinta (dia 22), mais um. Com um detalhe: bandidos assassinaram um idoso dentro de ônibus, após ele reagir a um assalto. É com episódios como este que se desmoralizam todas as estatísticas do Governo anunciando redução da violência. E o que dizer da escalada de assaltos a pontos de combustível? Numa única noite, dez deles foram visitados pelos bandidos em João Pessoa.
A situação é tão explosiva que os proprietários dos postos decidiram fechar seus estabelecimentos no período da noite, com receio dos assaltos. Novamente não se sustentam as declarações do secretário Cláudio Lima (Segurança), afirmando que o número de assaltos a postos está caindo na Paraíba, porque a realidade se confronta com o discurso, e dá combustível à suspeita de que seus índices são falsos.
Na verdade, a questão da violência não se resolve, nem a golpes de mídia, nem por decreto. Apesar de ser um problema nacional, alguns Estados tem conseguido resultados importantes no combate à criminalidade. O inverso do que tem ocorrido na Paraíba dos últimos anos, quando a violência só tem aumentado. Todos os estudos e índices confiáveis atestam essa realidade…
Quando a CNN Internacional noticiou que João Pessoa saltou de 29º para 10º no ranking das cidades mais violentas do mundo o Governo RC desdenhou da informação, tentando jogar o problema para baixo do tapete. Da mesma forma que costuma constranger jornalistas da Paraíba, quando é indagado sobre temas como a violência, o Jampa Digital, o voo da primeira-dama a Minas, a gastança de lagosta e tal.
Mas, não é com indiferença ou violência verbal que se resolve o problema. Enfrentar a violência exige policiais bem pagos, devidamente equipados e motivados e, no mínimo, um planejamento estratégico. Tudo o que rigorosamente não ocorre na Paraíba.