Judiciário repara erro e reintegra juíza do caso Ipep
A decisão do Tribunal de Justiça, em que pese todo o atraso, repara um erro que enodoava a magistratura paraibana. Ao fazer retornar a juíza Lúcia Ramalho, o TJ corrige o equívoco do seu afastamento, por ter, para citar apenas um caso, feito Justiça em relação aos funcionários do antigo Ipep, entre outras decisões que, de certa forma, desagradaram ao governo de plantão.
A impressão que o Judiciário vinha passando aos paraibanos, até podia não ser procedente, mas era de agachamento ao Executivo. Durante a sessão de ontem, finalmente o TJ reconheceu que a magistrada não causou qualquer dano ao erário, ou mais especificamente, os seus julgamentos não configuraram qualquer ato de corrupção, como setores do Governo tentaram parecer.
O próprio relator do processo, desembargador Arnóbio Alves Teodósio, reconheceu que, ao arbitrar no caso do antigo Ipep, a juíza não extrapolou em suas funções, e atuou inteiramente dentro de sua jurisdição, o que vinha sendo questionado pelo Governo Ricardo Coutinho e que motivou, inicialmente, o seu afastamento. No final, houve a restauração da verdade.
Lúcia Ramalho, que tem um histórico de retidão, não poderá retornar para a 5ª Vara da Fazenda, onde atuava antes, mas teve restaurada a sua cidadania como juíza. E a magistratura corrige um erro, que, antes de orgulhar o governo que lhe perseguiu, enlutou aqueles que propugnam por Justiça.