Jampa Digital: quando a pressa é amiga da perfeição
Impressionante a rapidez como alguns órgãos públicos decidiram se manifestar após a denúncia do Fantástico, no último domingo (dia 25), sobre o Jampa Digital. A Prefeitura de João Pessoa, por exemplo. Sempre que a Imprensa (da Paraíba) denunciava problemas com o programa, o prefeito Luciano Agra rebatia, ironizando os profissionais de estarem fabricando factoides.
Pois, não é que Agra já determinou, nesta segunda (dia 26), o cancelamento do contrato da Prefeitura com a Ideia Sistemas? A empresa foi encarregada de implantar o projeto. E nem se deu ao trabalho de pedir desculpas aos profissionais de Imprensa. Poderia pelo menos ser agradecido por ter sido alertado. Achou melhor jogar pra galera e cancelar o contrato. Não foi fantástico?
O Tribunal de Contas do Estado. Mal amanheceu o dia, o TCE foi logo avisando que irá auditar todas as compras da licitação malsinada com a empresa Ideia Sistemas (e Plugnet), que resultou num prejuízo, que, a esta altura do campeonato, é difícil mensurar. O diretor da empresa Paulo Sacerdote admitiu que o propinoduto poderia ter uma bitola de 5% a 20%, dependendo do líquido…
O Ministério Público Estado. Pois, o procurador Oswaldo Trigueiro, que vinha numa sisudez impressionante nos últimos tempos, também se pronunciou. Não apenas pra dizer que a reportagem do Fantástico iria instruir as investigações, como já antecipou que, pelo exibido, já está caracterizado que as declarações do Sacerdote sinalizam prática de ilícito. Nem precisou de reza forte.
O único que não teve pressa para se pronunciar, meu caro Paiakan, foi o governador Ricardo Coutinho, porque certamente está muito zen, a caminho da Índia em companhia da presidente Dilma Roussef. Pressa ele só teve quando usou o programa pra angariar votos, anunciando gato por lebre.