Mistérios no caso da ameaça de morte a Couto (e Valdênia). Quem fala a verdade?
O governador Ricardo Coutinho agiu correto em defender uma investigação rigorosa nesse caso da denúncia do deputado Luiz Couto. Afinal, essa é uma história com muitos pontos soltos. Primeiro, Couto afirma ter recebido a advertência de estar na mira dos bandidos a partir de uma informação da Secretaria de Segurança Pública.
Logo depois, o Governo do Estado, através da Secretaria de Comunicação, negou em nota oficial que tivesse partido da Secretaria de Segurança o alerta para o petista. Mas, horas depois foi a própria Polícia Federal que revelou, também através de nota, ter sido cientificada do complô através da Secretaria de Segurança. Afinal, com quem está a verdade?
Outra: a demissão da ouvidora da Segurança Pública, Valdênia Paulino Lanfranchi. Como se sabe, havia confeccionado um bombástico dossiê denunciando graves irregularidades patrocinadas por oficiais da Polícia Militar, inclusive desvio de recursos públicos e enriquecimento ilícito. Por que tais denúncias não foram apuradas? E, se foram, qual o resultado?
Mais outra: ao denunciar a ameaça da tribuna da Câmara, Câmara incriminou o secretário Walber Virgulino (Administração Penitenciária), a quem inclusive acusou de comandar uma operação para apear o secretário Cláudio Lima da Segurança Pública. Walber foi defendido pela Associação dos Delegados (Adeptel) que, de quebra, duvidou da denúncia de Couto.
Há mais: no finalzinho da tarde, o Conselho Estadual dos Direitos Humanos, do qual o deputado Couto é muito próximo, se reuniu para, formalmente, pedir a demissão do secretário Walber Virgulino. Então, tudo precisa ser investigado realmente com rigor. Há um cheiro de história mal contada no ar. Apesar de não estar exatamente claro de quem está partindo.
E, finalmente, já quem tem defendido uma investigação para esse caso, o governador pode aproveitar o embalo e pedir agilidade nas investigações do Jampa Digital, da Fazenda Cuiá, da compra de cartilhas da dengue, das carteiras escolares, do dinheiro encontrado em seu comitê na campanha de 2010. Há outas, mas essas já seriam um bom começo.