Sem-terra só queriam dialogar e… nem doeu
Tanto alarde se fez nos últimos dias que se imaginava uma guerra na reunião de representantes dos sem-terra com o Governo do Estado. Então o que se viu na verdade foi, de um lado, a força do movimento que de fato obrigou o governador Ricardo Coutinho aceitar sentar para dialogar, algo que ele renega desde que foi entronizado no Palácio da Redenção.
De outro lado, mostrou também que muito poderia ter sido evitado se o encontro tivesse ocorrido quando os sem-terra pediram a audiência. Poderia ter sido evitado o choque que se registrou no Centro Administrativo, por exemplo. Era só uma questão de tolerância e capacidade para conviver com os contrários, como manda a cartilha da boa e velha democracia.
Em vez de receber os representantes do movimento, alegando que 15 pessoas eram demais, o governador foi para o confronto e deu no que deu. Achou pouco e tentou criminalizar o movimento, até com ameaça de acionar a Justiça contra os atos verificados no confronto com a Polícia no Centro Administrativo. No fim, se viu: os sem-terra só queriam dialogar…
E pediram muito pouco. Algo como segurança no campo. Ora, se nos meios urbanos da Paraíba a violência tem sido manchete internacional, imagine o que está ocorrendo no meio rural. Outras ações são mais do que básicas em qualquer Governo. É muito simples receber, dialogar e atender. É assim que age um governante em condições normais de temperatura e pressão.