“Governo tem dinheiro pra comprar avião mas não pra maternidade atender crianças”
A acusação foi verbalizada pelo deputado Gervásio Filho, da tribuna da Assembleia. Segundo o parlamentar, “mais de mil procedimentos médicos deixaram de ser realizados na Maternidade Arlinda Marques, por falta de anestesistas, e muitas crianças estão deixando de ser atendidas, por pura birra do governador (Ricardo Coutinho)”.
Gervásio explicou que a pendenga começou, após os anestesistas se recusarem a receber seus pagamentos pelo CPF: “E a Coopanest (Cooperativa dos Anestesiologistas da Paraíba) está certa, porque esse tipo de pagamento não é legal. Os médicos não pode concordar com essa ilegalidade. Com a intransigência do Governo, o serviço parou no Arlinda Marques.”
Pagamento por CPF ocorre na boca do caixa, sem comprovantes legais. Por causa da decisão dos anestesiologistas se recusarem a receber os pagamentos dessa forma, o Governo RC decidiu perseguir o presidente da Coopanest, Azuil Vieira: “Há 20 anos prestava serviços na Maternidade Frei Damião e foi transferido através de um ato arbitrário.”
“O Governo Ricardo Coutinho rapidamente arrumou dinheiro pra comprar avião novo, como ocorreu recentemente, mas não tem dinheiro para pagar os anestesiologistas de forma legal. Essa é a Paraíba de hoje, em que o Governo não tem qualquer compromisso com uma área essencial como a saúde, pondo em risco a vida de crianças”, acrescentou o deputado.
Gervásio defende uma imediata ação do Ministério Público: “É preciso se buscar uma solução, uma TAC para que o Governo cumpra sua parte de forma legal. Quantas crianças não correm o risco de morrer por falta de assistência? Mais de mil procedimentos já deixaram de ser realizadas no Arlinda Marques, por conta do radicalismo do Governo. Falta responsabilidade.”
O secretário Waldson de Sousa (Saúde) ainda não se manifestou sobre o assunto.
Compra de aviões – O Governo Ricardo Coutinho está adquirindo um novo avião Sêneca, por licitação na modalidade pregão presencial. A aeronave é do tipo bimotor convencional, com capacidade mínima de cinco passageiros e um tripulante. Deve ter no máximo 20 horas de voo e fabricação em 2013. O preço estimado é de R$ 2 milhões. Com essa nova compra, o Estado passará a ter uma frota de sete aeronaves.