O jogo baixo que marcou a conquista do Botafogo
Há uma máxima que diz: política e futebol não se misturam. E quando se misturam dá nisso. Dá no que se viu na conquista do Botafogo: o prefeito Luciano Cartaxo que acompanhou toda a cruzada do time pela Série D foi escanteado na entrega do troféu e o governador Ricardo Coutinho, que caiu de paraquedas na campanha vitoriosa, teve o galardão de entregar a taça de campeão.
O mais surpreendendo foi alguns dirigentes do Botafogo não “perceberem” que o governador passou todo o campeonato jogando na retranca, enquanto o prefeito acompanhava o time em sua marcha por vários Estados. No fim, esses dirigentes foram coniventes com um gol impedido do governador, após conveniente concentração com direito a lagosta na Granja Santana.
Aliás, era possível ver a diferença de comportamento entre governador e prefeito durante o jogo do último domingo. Enquanto Cartaxo estava na arquibancada, no meio da torcida, Ricardo Coutinho se refugiava estrategicamente em algum recanto das cadeiras, temendo o contato direto com a torcida, cercado apenas por alguns “dirigentes”, assessores e, claro, seguranças.
Enquanto isso, o locutor oficial do espetáculo fazia a louvação de seu “operoso” Governo. Uma delas, inclusive, certamente de causar arrepios em aliados como o senador Cássio Cunha Lima. Em certo momento, chegou a afirmar que o governador estava fazendo no estádio Almeidão uma reforma que nenhum outro governador fez “nos últimos 30 anos”!
O Botafogo fez uma campanha das mais exitosas no Campeonato Brasileiro. Foi manchete nacional como o time de melhor desempenho. Dentro de campo, é claro. Porque, fora do campo, alguns de seus dirigentes deram um péssimo exemplo de como devem se conduzir desportistas sérios. Em vez da boa prática desportiva, preferiram o jogo baixo. Um episódio que mancha a conquista do time.
É no que dá misturar futebol com a má política. A política da esperteza dos que sempre querem levar vantagem em tudo.