Deputado acusa Governo de comprar certificado fajuta para o Trauma
Há poucos dias, o Governo Ricardo Coutinho anunciou com toda pirotecnia, que o Hospital de Trauma havia recebido um certificado de qualidade conferida pela Organização Nacional de Acreditação (ONA), através do Instituto de Pesquisa e Planejamento para a Acreditação de Saúde (IPASS). O secretário Waldson de Sousa (Saúde) chegou a comparar o Trauma ao Sirio-Libanês.
O que o Governo não contava era com a argúcia do deputado Anísio Maia. O petista conseguiu o telefone do IPASS e descobriu, segundo assegurou na Assembleia, esta tarde (dia 4), que esses certificados podem ser comprados: “Qualquer pessoa pode ligar para esse IPASS e vão lhe dar a tabela de quanto custa um certificado desses. Podem ligar no seguinte número (41) 3353-5770.”
Para espanto dos seus colegas de plenário, Anísio historiou: “Eu mesmo liguei duas vezes. Lá fui informado que basta mandar um email, e eles respondem informando o custo do serviço, mostrando que não tem nada de entidade sem fins lucrativos mesmo”. Pelo menos até o final da sessão, o Governo do Estado ainda não havia respondido à denúncia do deputado.
O caos continua – Ainda em seu pronunciamento, Anísio fez questão de mostrar as fotos que obteve, durante visita que a Comissão de Saúde da Assembleia ao Hospital de Trauma: “Na sexta-feira, dia 22, uma enfermeira da UTI ligou para denunciar que os aspiradores de oxigênio estavam com defeito, com apenas um em funcionamento neste dia e que os filtros dos aspiradores estão sem manutenção.”
Segundo o deputado, “também não há câmaras bariátricas funcionando para a recuperação de queimados, pois as que existem estão paradas há meses, e um hospital de emergência que não tem uma câmara bariátrica! E esta entidade fraudulenta chamada IPASS vendeu um certificado ao Governo, que pagou caro! Esta entidade é igual à Cruz Vermelha, constituída com fins de fraudar o serviço público.”
Ao final, Anísio mandou aviso ao governador: “Vamos continuar investigando isso. Vamos cobrar deste IPASS os critérios utilizados porque a opinião pública não pode continuar sendo enganada assim com essas entidades falsas vendendo certificado pelo Brasil inteiro”.