PT sob nova direção: Cartaxo manda Couto voltar ao partido
O ano encerra para o PT com a sensação de que o partido realmente está sob nova direção. Nos últimos anos, o compasso do partido era tocado pelo deputado Luiz Couto, mesmo atuando como dissidente, como ocorreu de fato nas duas últimas eleições. Em 2010, apoiou Ricardo Coutinho ao Governo. Em 2012, emparelhou com Estela Bezerra.
Nos dois casos, apoios ao PSB, contra uma orientação do partido. Após perder duas eleições diretas internas no PT, Couto se encontra isolado em sua sacristia, e está literalmente nas cordas. Com isso, é obrigado a ouvir uma declaração dura, como a do prefeito Luciano Cartaxo, proferida no Natal, que o mandou “voltar ao PT”.
Tudo começou, quando Luiz Couto criticou a escolha de Nadja Palitot como pré-candidata do partido ao Governo do Estado. Na sequência, Cartaxo lembrou que o deputado não poderia censurar o partido, do que tem sido contumaz dissidente. E voltou a censurar sua parceria com o governador e o PSB, adversários do PT.
O cenário mudou porque, em vezes anteriores, mesmo sendo derrotado em suas teses, Couto era a maior estrela do partido, até por ter a moeda que mais interessa a qualquer legenda, que é o voto no Congresso Nacional, onde muito se decide. Agora, o estrelato mudou de mãos. Cartaxo, na condição de único prefeito petista no Nordeste, tornou-se imprescindível aos planos do PT.
Resultado: sob o comando de Charlinton Machado, dificilmente o grupo que venceu a disputa interna não emplacará seu candidato a governador, a preço de hoje, Nadja Palitot, contestada pelo deputado. De outro lado, Couto encontrará dificuldades extras para manter o mandato de federal, especialmente porque terá a dura concorrência de Lucélio Cartaxo…
A menos, é claro, que faça uma grande penitência…