PT não tem volta: ou terá candidatura própria ou seguirá com PMDB
O ano novo inicia com os sinais de que a direção nacional do PT começa sincronizar o projeto de reeleição da presidente Dilma com as realidades regionais. Foi nessa linha que se expressou, nesta quarta (dia 8), Charlinton Machado, presidente estadual do partido, ao afirmar que estará com a candidatura peemedebista de Veneziano num eventual segundo turno.
É resposta também ao ruído que repercute em Brasília, ante certas decisões tomadas na Paraíba. No caso da candidatura de Nadja Palitot, o partido sabe que entrou num jogo sem volta, e gerou alguns efeitos colaterais não desprezíveis. Um deles: não terá mais como recuar com Nadja (ou Marcos Henriques) para apoiar outro nome dentro do chamado Blocão…
Se assim agisse não teria como se explicar perante a nacional. Se não tem candidato próprio, por que não apoiar o candidato de seu principal aliado no Estado? Assim, o partido, ou segue com Nadja até o fim, ou terá de compor com o PMDB, sob pena de promover abalos na relação da aliança em torno da reeleição de Dilma. Nesse sentido, o projeto do Blocão passou ao campo da ficção.
O pessoal do Blocão certamente já compreendeu. E já há certo azedume. Inclusive, o principal avalista do Blocão, o ministro Aguinaldo Ribeiro (Cidades), desafiado várias vezes a disputar o Governo, tem dado silêncio como resposta. Seu partido não tem interesse em disputar o Governo. Sua estratégia, claramente, é de tentar manter o Blocão, apenas para evitar que o PT se componha com o PMDB.
Charlinton também compreendeu. Suas declarações de que o PT estará com o PMDB num eventual segundo turno soam até meio redundantes. Ou não seria assim? O adversário comum não é o governador Ricardo Coutinho? Então, na verdade, a impressão que fica é: o partido começa de fato a se movimentar na direção que a nacional deseja. Estreitar com o PMDB, para evitar ruídos na aliança em torno de Dilma.