É um erro imaginar que RC já está derrotado
É um equívoco imaginar que o governador Ricardo Coutinho será facilmente batido nas urnas de outubro. Com ou sem o apoio do senador Cássio Cunha Lima, será páreo duro. Qualquer governador na Paraíba entra numa disputa de reeleição com pelo menos 30% de intenção de voto. É histórico.
E, mesmo quando se encontra muito desgastado, como parece ser o caso de Ricardo, ainda assim ele parte na largada com um percentual consolidado acima dos 20% do eleitorado. Um adversário com esse cacife não pode ser subestimado, como alguns começam a imaginar.
Tudo bem, seu Governo não é nenhuma brastemp. Não tem uma identidade administrativa clara, a não ser pelas arengas. RC não tem uma obra marcante, a não ser as que ele deu continuidade de gestões anteriores, como é o caso das estradas, do Centro de Convenções, de algumas adutoras e tal.
A menos que se considerem obras monumentais duas passarelas (uma no Renascer, outra no Makro), e os dois binários de Bayeux e de Jacumã. Pois, até onde a vista alcança, são as poucas obras que foram planejadas e executadas em sua gestão, apesar de efusivamente prometidas por governos anteriores.
Além do mais coleciona alguns desastres em áreas como educação, com o fechamento de mais de 200 escolas, algo que lhe custará muito caro na campanha. Também na área de saúde, pelos claros desmantelos na rede hospitalar e na segurança público, que dispensa comentários.
Em caso de não rompimento, o apoio de Cássio assegurará um lastro mais confortável. Certamente nunca como foi em 2010, mas suficiente para entrar como favorito, sejamos realistas. E, mesmo na hipótese de um rompimento, RC ainda terá uma estrutura portentosa a seu favor…
Inclusive para enfrentar Cássio. Ninguém é ingênuo de imaginar que Ricardo deixará por menos um rompimento de Cássio, após ter feito parte de seu Governo por mais de três (ou trinta) anos. Em política, o maior inimigo é sempre o último. Será uma batalha sangrenta, que ninguém duvide.
Mas, RC será o candidato mais atacado, precisamente pelas fragilidades de sua administração, pela desastrosa condução de sua articulação política e, especialmente, pela imagem consolidada de uma pessoa perversa.