Por que Cássio ainda não decidiu romper com Ricardo?
O senador Cássio Cunha Lima quer ser candidato? Provavelmente, sim. E Por quê? Primeiro, porque é intensa a cobrança de aliados seus que votaram a seu pedido em Ricardo Coutinho, nas eleições de 2010, estão decepcionados e já avisaram que não votam mais. Depois, certamente não digeriu a cassação de 2009 e deseja retomar o mandato que lhe foi tomado.
E por que não anunciou ainda? Bem, existe a dúvida cruel em relação à sua elegibilidade. Não é matéria pacífica, apesar dele sempre repetir, usando os seus dotes jurídicos, que se considera elegível. Mas, a verdade é que não tem a certeza. Se tivesse, já teria se apresentado formalmente com o candidato. Cássio sabe que não poderá demorar muito pra decidir.
Se deixar para última hora, em abril, dará ao governador Ricardo Coutinho o mote de que fez parte (e aproveitou) de sua gestão até à undécima hora para então romper, que permaneceu apenas para manter amigos no Governo e talvez outros privilégios. Isso poderá soar como aproveitamento e, pior, como uma traição. E Ricardo certamente não deixará por menos.
Então, Cássio vive o dilema. Para algumas pessoas, políticos especialmente, revela que será candidato. Mas, para o governador mantém o discurso de que o PSDB é que decidirá. Ora, até o pombinhos da Praça da Bandeira em Campina Grande sabem que o senador Cássio é quem manda no partido, tanto que, em 2010, decidiu apoiar Ricardo Coutinho, passando por cima da pretensão de Cícero Lucena.
Então, o tempo para decidir está se esgotando. Cássio sabe que já perdeu um contingente não desprezível de seguidores por conta de seu alinhamento com Ricardo e sua indefinição. Daqui pra frente, todo dia a mais será aliados a menos na conta corrente de seu prestígio eleitoral. Se deixar para abril, talvez encontre a conta no vermelho. Não se trata de cobrança da Imprensa, mas a lei inelutável de que, na política, não existem espaços vazios.
Em suma, isso foi que o PSDB discutiu, ontem (dia 22), durante reunião na residência do deputado Ruy Carneiro.