Sindicato acusa Governo de “mascarar os salários dos servidores”
Segue repercutindo (mal) o recente aumento para o funcionalismo anunciado pelo governador Ricardo Coutinho como “o maior da história da Paraíba”. Já houve queixa de categorias como policiais militares, civis, pessoal do Fisco, professores, médicos, procuradores, defensores… Agora, são os jornalistas que ajudam a fazer a imagem do Governo.
Uma nota distribuída pelo presidente do Sindicato os Jornalistas da Paraíba, Rafael Freire, acusa o governador de “mascarar os verdadeiros salários dos servidores públicos estaduais da Paraíba e de não buscar corrigir defasagens e erros de diversos Planos de Cargos, Carreira e Remuneração (PCCR)… O quadro dos profissionais da comunicação reflete uma situação de penúria…”
“Durante a gestão do Senhor Ricardo Coutinho, os profissionais da comunicação sofreram os piores reajustes dentre todos os servidores”, diz ainda. Confira a nota na íntegra:
“O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado da Paraíba repudia, veementemente, a tentativa do Governo do Estado em mascarar os verdadeiros salários dos servidores públicos estaduais da Paraíba e de não buscar corrigir defasagens e erros de diversos Planos de Cargos, Carreira e Remuneração (PCCR).
O quadro dos profissionais da comunicação (Grupo Ocupacional Divulgação e Promoção – DPS 1600), por exemplo, reflete uma situação de penúria. De acordo com o PCCR da categoria, um jornalista que está na faixa inicial recebe R$ 1.103,16 (mil cento e três reais e dezesseis centavos), menos da metade do que um policial militar ao ingressar na carreira.
O PCCR dos profissionais da imprensa estatal foi alvo de um erro gritante na última reformulação dos quadros de servidores, em 2008, na gestão de Cássio Cunha Lima. O quadro de trabalhadores da Atividade Nível Superior (ANS) foi considerado como parâmetro para a equiparação de diversas categorias, só ficando de fora o Grupo DPS 1600. Das 35 faixas salariais dos ANS, o topo da carreira dos jornalistas do Estado corresponde à 21ª faixa. Ou seja, somos impedidos de progredir por mais 14 faixas a que temos direito por tempo de serviço e/ou qualificação profissional.
O salário de um jornalista que já tenha trabalhado sua vida profissional inteira no Estado, com mais de 30 anos de serviço público, é de míseros R$ 1.896,61 (mil oitocentos e noventa e seis reais e sessenta e um centavos), quando deveria ser de, pelo menos, R$ 2.508,26 (dois mil quinhentos e oito reais e vinte e seis centavos), uma defasagem de 32,25% em relação aos ANS.
Estamos, há anos, buscando que o Estado reconheça esta aberração, pois jornalista é uma profissão de nível superior, e, portanto, temos direitos à equiparação!
Por fim, durante a gestão do Sr. Ricardo Coutinho, os profissionais da comunicação sofreram os piores reajustes dentre todos os servidores: 3% (2012), 3% (2013) e 5% (2014), não conseguindo, sequer, repor a inflação de cada ano (6,08%, 6,20%, 5,56%, respectivamente). Ou seja, acumulamos, neste período, perdas salarias de 6,84%, que, somados à defasagem de 32,25% em relação aos ANS, totalizam 39,1% na atual gestão.
Contraditoriamente, aqueles trabalhadores que divulgam as ações do Governo do Estado não têm recebido, ao longo dos anos, a mínima atenção dos gestores de plantão. Seguiremos cobrando.”