Lúcio Flávio magoado com “o chefe” deixa Governo e recebe telefonema de Cássio
O ex-secretário Lúcio Flávio Vasconcelos que, recentemente, foi demitido da Chefia de Gabinete pelo governador Ricardo Coutinho via mensagem de celular, está voltando para a Universidade Federal da Paraíba. Conhecido pela fidelidade “ao chefe”, Lúcio Flávio não esconde mais sua mágoa do Mago, segundo relataram ao Blog seus colegas de UFPB.
Lúcio, que tem enfrentado problemas pessoais, decidiu retornar à Universidade logo após o Carnaval, por “não suportar mais a convivência com Ricardo Coutinho”. Lúcio arcou praticamente sozinho com o chamado escândalo da Gastança da Granja, como ordenador de despesas, e não admite ter sido “abandonado pelo chefe” quando mais precisava.
Há poucos dias, segundo confessou a alguns amigos, Lúcio Flávio recebeu um telefonema “de solidariedade” do senador Cássio Cunha Lima.
Fidelidade – Em setembro do ano passado, Lúcio chegou a postar uma foto, em que posa ao lado de Henri, filho do governador RC e da primeira-dama, Pâmela Bório, com uma declaração que demonstrava toda a sua devoção ao governador: “Meu chefe Henri dando as diretrizes do dia!” Lúcio tinha sido transferido da secretária-executiva da Casa Civil para a Chefia de Gabinete do Governador.
Gastança na Granja – A transferência ocorreu dia seguinte ao resultado de uma sindicância que apurou a denúncia da gastança na Granja Santana. Na condição de executivo da Casa Civil, Lúcio era o gestor responsável pelas compras da Granja. O escândalo da gastança ganhou repercussão nacional, na revista Veja e jornais como Folha de São Paulo, que estranharam a compra de 17 toneladas de carne de 1ª, lagosta, camarão e peixes raros, alguns até em extinção.
Não foi primeiro – Lúcio Flávio não foi o primeiro dos auxiliares mais próximos a deixar Ricardo Coutinho. Pelo visto, passou pelo mesmo processo que tantos outros aliados. Enquanto era útil, recebeu do governador as proporcionais atenções. Uma vez que deixou de ter utilidade, foi para o descarte. Isso ocorreu com Nadja Palitot, que entregou o PSB de mão beijada a Ricardo, quando ele foi enxotado do PT. Depois, ele enxotou Nadja.
O mesmo se pode dizer de Manuel Júnior. O PMDB praticamente forçou Júnior a retirar sua candidatura para apoiar RC em 2004. Ele terminou como vice decorativo e, na primeira oportunidade, foi ejetado. E segue uma lista imensa: Guilherme Almeida, o grupo Gadelha e, mais recentemente, Alexandre Urquiza, Luciano Agra, Bira, Rossana Honorato, Roseana Meira, Nonato Bandeira. Finalmente, Lúcio Flávio.