“Afinal, o que Aguinaldo quer da vida?”
O Blog volta a publicar uma análise do professor Jônatas Frazão. Neste artigo, Frazão avalia o comportamento do ministro Aguinaldo Ribeiro (Cidades), sob a ótica do guarda-chuva de pouca sombra do Blocão. Segundo Frazão, Aguinaldo tem se recusado a apresentar seu nome para disputa ao Governo ou ao Senado, por conta de um problema crônico: falta de votos.
“A imprensa nacional divulgou por diversas vezes a intenção da presidente Dilma, do ex-presidente Lula e do PT em apoiar Aguinaldo para governador… Mas Aguinaldo não se encorajou a encarar a disputa”, pontua o analista. E acrescenta: “Aguinaldo, embora não diga claramente, tenta barrar a pretensão de Veneziano de conseguir o apoio do PT à sua postulação.”
Frazão tem contribuído com fluentes comentários sobre a cena política do Estado. Confira o comentário na íntegra, sob o título “O que Aguinaldo Ribeiro quer da vida?”:
“Confesso que não sei o que o Ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro, quer da vida. A sua movimentação política nestes últimos dias pode indicar tudo, menos que ele está decidido e tem ‘cacife’ para enfrentar a eleição majoritária que vem por aí. De sua postura pessoal à postura de seu partido na Paraíba, o PP, conclui-se que o que lhes falta é uma coisa bem simples: voto.
O Ministério das Cidades é uma das pastas mais importantes do Governo Federal, pois tem verbas e ações em todos os estados e em várias frentes. Tem ‘sustância’ para angariar prefeitos, apoios, visibilidade, votos. Qualquer cidadão, de qualquer estado da Federação, que tenha experimentado a importância de ser ministro, pavimenta uma candidatura a senador nestas eleições. Muito mais se for Ministro das Cidades. Menos Aguinaldo.
Qualquer deputado federal que tenha uma certa projeção cresce os olhos e começa a mirar o tapete azul. Isso é mais que natural. O exemplo mais recente foi o do campinense Vital do Rêgo, que de primeiro mandato de deputado federal viu a possibilidade de alçar este voo mais alto, arriscou e chegou lá. Menos Aguinaldo.
É bom lembrar também que a imprensa nacional divulgou por diversas vezes a intenção da presidente Dilma, do ex-presidente Lula e do PT como um todo em apoiar o nome de Aguinaldo para governador, na Paraíba. Assim, o PT teria o álibi de não lançar uma candidatura própria sem musculatura e, ao mesmo tempo, ter um candidato que, se não era petista, era do ministério do governo do PT. Mas Aguinaldo não se encorajou a encarar a disputa.
O pior é que ele não se arrisca, mas não dá o braço a torcer. Fica incentivando a opinião pública a ter esperança de sua candidatura a senador ou a governador e adia o anúncio do nome do PP que o blocão indicará para compor uma possível chapa majoritária, arriscando ter suas bases invadidas por pretensos candidatos à Câmara Federal, num alucinado e perigoso jogo político.
E por que Aguinaldo faz isso? A resposta é simples: Aguinaldo, embora não diga claramente, tenta barrar a pretensão de Veneziano de conseguir o apoio do PT à sua postulação. Se não, como explicar o blocão já ter nomes postos, a exemplo de Nadja Palitot e Leonardo Gadelha, e, segundo Enivaldo, Aguinaldo e Daniela, para o PMDB iniciar uma coversa com o blocão tem que retirar no nome de Veneziano? Se os outros podem, porque o PMDB não pode ter o seu nome também?
Escutei recente entrevista da Deputada Daniela Ribeiro afirmando que o PMDB quer impor o nome de Veneziano e o blocão não aceita isso. Como, se está aceitando a ‘imposição’ de Nadja Palitot por parte do PT e de Leonardo Gadelha pelo PSC? E o próprio PP que está para lançar o seu nome? Então o PP não aceita a imposição do PP também? Nem Freud explica.
Enquanto isso, Aguinaldo não pode anunciar que é candidato a Senador para, com isso, segurar o blocão, porque perde as suas bases. Não pode anunciar que é candidato a deputado federal porque, neste caso, o blocão se desfaz e Veneziano surfa livre com PT e PSC. Não pode anunciar outro nome do PP no blocão porque, com isso, o bloco estaria pronto para negociar com o PMDB, o que Aguinaldo não aceita. Como diz Hélder Moura: eita!
O que Aguinaldo não consegue esconder é que a aproximação do PT ao PMDB e a Veneziano tem lhe incomodado. Resta saber qual o sentimento predominará nos Ribeiro para as definições que 2014 urge em pedir rapidez. Se demorar muito nesta ‘birra’, pode ficar complicado para a família. Afinal, vivemos numa corrida contra o tempo.”