O que seria melhor pra Vital, o ministério ou o apoio do PT a Vené?
Vamos combinar: a presidente Dilma foi extremamente deselegante (para dizer o mínimo) com o PMDB da Paraíba, quando rejeitou a indicação unânime do partido, compreendendo ai as bancadas do Senado e da Câmara Federal, do senador Vital Filho para o Ministério da Integração Nacional. E ficou ainda pior quando ofereceu a mesma pasta para o senador cearense Eunício de Oliveira.
Ficou feio, porque a sua estratégia seria afastar Eunício da disputa ao Governo do Ceará, para agradar ao atual governador Cid Gomes, em baixa nas pesquisas. Ora, o que se pretende então não é ter um ministro eficiente, mas o ocupante de cargo para atender a determinadas necessidades eleitorais. Passou a impressão de um imenso balcão de negócios usando a distribuição de ministérios.
Claro que qualquer Governo governa com seus aliados. É natural que eles ocupem espaços na gestão, mas é preciso se obedecer a certos critérios morais. Ainda que seja demais pretender moralidade na atividade política no Brasil. Mas, a negociação caminhou para uma vereda que deixou mal todos os atores, da presidente Dilma (pela prática) ao senador Vital (pela exposição).
E o senador Vital agiu certo em recusar o Ministério do Turismo. Por várias razões. Duas as mais emblemáticas: porque é uma pasta esvaziada, pra início de conversa. Seu orçamento é minguado e foi extremamente fatiado com outros ministérios. Depois, abriria uma ferida com os deputados federais, os mesmos que ungiram sua indicação para o Integração.
Mas, talvez o senador Vital ainda possa salvar os dedos. Caso haja, ao final do túnel, uma recomposição civilizada do PMDB com o Palácio do Planalto, o PT da Paraíba pode seguir com a orientação da Executiva Nacional e apoiar a candidatura do seu irmão, o ex-prefeito Veneziano, já em primeiro turno. Se, é claro, conseguir quebrar as resistências que existem em setores do partido.