Por que estudar na Paraíba se tornou tão difícil e perigoso?
Há algumas semanas, um vigilante foi assassinado dentro do Colégio Liceu. A comunidade acadêmica entrou em pânico, os estudantes foram às ruas contra a insegurança nas escolas públicas do Estado, o Governo RC prometeu dar uma solução. E não veio. Tanto não veio que um professor do Colégio Alice Carneiro (Manaíra) foi assaltado na noite desta segunda-feira (dia 7), em plena sala de aula.
O episódio poderia ser encarado como algo isolado. Não é. Têm sido inúmeros os casos de violência contra estudantes, professores e funcionários nas escolas do Estado. É uma realidade que constrange e revela o quanto estudar na rede pública de ensino se tornou tão perigoso nesses tempos republicanos. O Estado simplesmente não é capaz de dar seguranças às pessoas.
Associe-se a esse dado o fato do Governo Ricardo Coutinho ter promovido o fechamento de 223 escolas públicas pelo Estado afora, lançando nas ruas milhares de jovens que ficaram sem uma opção para estudar. Seja porque as escolas ficaram excessivamente distantes de seus domicílios, seja porque simplesmente não há mais escolas disponíveis. Não há maior violência do que fechar escolas, eis a verdade.
Esse é o cenário da educação pública na Paraíba, onde, segundo dados do Governo Federal, nada menos do que 87 mil jovens deixaram as salas de aula no Estado. Boa parte dessa contingente ficou sem uma opção e, certamente, alguns deles ficaram à mercê da bandidagem e das drogas, quando poderia estar estudando. Nesse particular, a Paraíba deu, nos últimos três anos, um salto de 30 anos para… trás.