Incêndio no arraial tucano com resistência do PSDB em aceitar Cícero e Agra na chapa
Curiosa a situação que vivencia o senador Cássio Cunha Lima. Apesar de liderar as pesquisas, não está num céu de brigadeiro, como se poderia esperar. Tem um problema tamanho família para administrar. Começa pela definição de sua chapa, incluindo o ex-deputado Wilson Santiago como seu candidato ao Senado.
A inclusão de Santiago exclui, de pronto, o senador Cícero Lucena, seu fiel escudeiro desde muito. Pode-se até argumentar que Cícero entrou na vida pública pelas mãos de Ronaldo Cunha Lima, em 1990, que foi eleito vice-governador. Mas, ele pode alegar que em 2002, quando tinha uma candidatura certa ao Governo, abriu mão em favor de Cássio.
E, em 2010, depois de ter novamente sua candidatura ao Governo estimulada, foi obrigado a recuar, após Cássio decidir apoiar Ricardo Coutinho. Nesse intervalo, os cassistas alegam que Cícero não teria chance de eleger ao Senado se não tivesse seu apoio em 2006. Pode ser. Mas, a verdade é que, em caso de Santiago ser confirmado, Cícero seria preterido pela terceira vez.
Mas, os problemas não se encerram com a definição do candidato ao Senado. A escolha do seu vice é também motivo de problemas. Havia uma intensa expectativa em torno do nome do ex-prefeito Luciano Agra para compor a chapa. Era dada como certa. Então, eis que o senador Cássio deu mostrar de preferir o deputado Ruy Carneiro para o posto.
A reação mais clara veio com o vice-prefeito Nonato Bandeira. Ele não aceita que Agra seja preterido no processo, ainda que seja em favor de Ruy. Porque se criou uma expectativa em torno de Agra, que era como um fato consumado. Mais problemas para administrar. Como não se faz omelete sem quebrar os ovos, se o senador Cássio não operar como muita habilidade poderá causar imensos estragos consideráveis à sua candidatura.