Professor da UFPB diz que PCdoB “rastejou” pra se aliar ao governador
Curioso o comentário do ex-secretário e professor Ademir Alves de Melo (UFPB), sobre a decisão do PCdoB formalizar apoio à reeleição do governador Ricardo Coutinho, nesta sexta-feira, 23. Segundo Ademir, “decidiu comparecer ao balcão de negócios no Mercado Girassol, para oferecer o seu apoio à reeleição de Ricardo Coutinho”.
Para Ademir, “RC humilha os seus dirigentes, despreza a legenda e faz pouco caso do passado de lutas dos comunistas da Paraíba e da fortaleza política e moral que é esse partido no cenário nacional… decididamente, o PCdoB/PB precisa extinguir-se e ressurgir em novas bases, para que possa cumprir sua missão em sintonia com o seu destino, tempo e circunstância”.
Confira o comentário na íntegra, sob o título “O PCdoB/PB e a reencarnação”:
“A direção estadual do PCdoB da Paraíba decidiu comparecer ao balcão de negócios no Mercado Girassol, para oferecer o seu apoio à reeleição de Ricardo Coutinho. Durante quase quatro anos, os dirigentes desse partido rastejaram em busca de cargos no governo, tendo sido sempre desdenhados pelo ocupante do Palácio da Redenção, com a sua arrogância peculiar. Ainda assim, enxotados pela porta da frente, voltavam, insistentes, pelo portão de trás, entoando a ladainha do queremos (queremos cargos). Que se danem princípios!
O PSB nacional abandonou a frente nacional-desenvolvimentista e, durante algum tempo, ensaiou, em vão, uma aproximação com os tucanos, na esperança da formação de uma coligação das oposições na pavimentação do caminho ao Planalto. Rechaçado, recolheu-se ao seu posto de observação, até que o acaso o surpreendeu com o esgarçamento da rede de pesca de ilusões e a revelação de que é do ar do campo que a marinada gosta. Fez-se, então, a composição de melado com pupunha. Alvo predileto: o governo Dilma, que tem no PCdoB um fiel escudeiro.
Ricardo, talvez por algum estrabismo político, só consegue ver bem o imediato, com o seu pragmatismo vulgar. E o que revela o imediato de evidência inconfundível é que o PCdoB/PB, hoje, em todo o Estado, não reúne sequer o número de votos necessários para eleger um representante à Câmara Municipal de João Pessoa. Por isso, RC humilha os seus dirigentes, despreza a legenda e faz pouco caso do passado de lutas dos comunistas da Paraíba e da fortaleza política e moral que é esse partido no cenário nacional.
No seu desespero devido da retirada de apoio dos aliados de plumagem dorsal negra, que viabilizaram a sua circunstancial eleição em 2010, numa alquimia esdrúxula “para mudar os bons costumes na política paraibana”, o atual inquilino da Redenção chegou ao ponto de até aceder e encontrar um lugar ao sol candente para essa gente tão insistente. Afinal, não perturbam, não protestam, permanecem sempre dóceis e atentos às ordens de comando, desde que sovados com cargos gratificados, onde possam posar de autoridade.
Decididamente, o PCdoB/PB precisa extinguir-se e ressurgir em novas bases, para que possa cumprir sua missão em sintonia com o seu destino, tempo e circunstância.”