A dupla missão de Vital para apurar denúncias na Petrobrás
Um parlamentar paraibano deve atrair todos os holofotes do Congresso Nacional nos próximos meses: o senador Vital Filho, que conseguiu a façanha de ser, ao mesmo tempo, presidente da CPI exclusiva da Petrobrás, e da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) também para apurar denuncias contra a mesma estatal. Um caso único no parlamento.
Vital venceu a disputa contra o deputado Enio Bacci (PDT-RS), por 19 a 10 votos. A CPMI terá 16 deputados e 16 senadores, sendo que 24 da base governista. Vital terá o senador Gim Argelo (PTB-DF) como vice-presidente. A instalação da CPI mista atendeu aos reiterados apelos da oposição, que havia se recusado a participar da CPI restrita ao Senado por considerá-la “chapa branca”.
Vital Filho assumiu a presidência da CPMI , na tarde desta quarta-feira (dia 28), afirmando tratar-se de “uma missão das mais espinhosas”, mas considerou honrosa a escolha do seu nome. Por fim, afirmou que irá atuar “no estrito cumprimento dos regimentos do Senado e da Câmara”, garantindo ainda respeitar as decisões da maioria do colegiado.
O paraibano demonstrou coragem ao aceitar a missão dupla. Nem todos teriam o seu destemor. Mas, sua escolha não foi fortuita. Caso não tivesse demonstrado nesses quatro anos de mandato competência parlamentar, com certeza não seria escalado por seus pares. Na CPI do Senado terá menos dificuldades, já que no Senado o clima é menos hostil. Mas, na CPMI enfrentará percalços para administrar o ímpeto investigatório de deputados que, mesmo da situação, estão determinados a apurar tudo.
O senador paraibano será, a partir de agora, alvo da mídia nacional e, por isso mesmo, poderá tanto se consagrar, como queimar o filme. Se não souber conduzir os muitos entraves que, obviamente, terá pelo caminho, certamente irá comprometerá a boa imagem que cunhou até agora. Mas, se vencer bem essa travessia, sairá consolidado como um dos maiores parlamentares do País.