Por que o MP é tão contra o São João na orla?
Tenho por princípio admiração pelo trabalho do Ministério Público, na medida em que se põe como fiscal da lei. Ou, em última instância, fiscal dos direitos do cidadão. Não fosse o MP, certamente teríamos um País de maiores injustiças. Mas, me preocupo quando, por alguma razão, seu trabalho extrapola certos limites.
É o que parece estar ocorrendo nessa pendenga com a Prefeitura de João Pessoa, por causa da transferência dos festejos juninos para a orla. Ora, está claro que o Ponto de Cem Réis não comporta eventos de grande porte. No São João do ano passado, por exemplo, inúmeros foram os incidentes, que chegaram inclusive a ameaçar o brilhantismo da festa.
Então, se o Ponto de Cem Réis não comporta mais um evento dessa dimensão e João Pessoa não dispõe de um local próprio para acomodar festas desse porte, me parece que não há outra alternativa que não seja localizar os festejos juninos na orla, onde, aliás, sempre houve eventos de maior porte. Ou então, privar o cidadão da festa. O que, convenhamos, seria um absurdo.
O impasse sugere que haja bom senso, especialmente diálogo entre o Ministério Público do Estado e a Prefeitura. Quando se tem disposição para ouvir sem intolerância (algo difícil nesses tempos republicanos, admito), sempre haverá uma chance para a paz. Porque maior do que Prefeitura e MP está o cidadão. E esse não poderia, sob qualquer pretexto, ser privado da festa.