Estudantes voltam às ruas contra aumento de passagem. E estão certos
É absolutamente legítimo o protesto que os estudantes vêm realizando, nas últimas horas, em João Pessoa, por conta do aumento de passagens dos coletivos de R$ 2,20 para R$ 2,35. Talvez não exatamente em função do aumento, afinal o reajuste parece representar um percentual bem próximo da inflação do período.
Mas, o protesto tem seu sentido, porque, em junho do ano passado, quando os estudantes iniciaram aquelas manifestações, sob a bandeira do passe livre, a classe política, quando se viu acuada com o furor das ruas criou expectativas de que os estudantes seriam atendidos em suas reivindicações. E o que ocorreu. O preço das passagens à época foi congelado…
E, em alguns casos como em João Pessoa, houve um recuo nos dez centavos que havia sido concedido às empresas. A bomba desinflou, mas continuou chiando. Pelas simples razão de que ofereceram um bônus para acalmar as manifestações, que seria o passe livre para todos os estudantes, e deram apenas um recuo nos aumentos.
No máximo, o poder público ofereceu gratuidade para os estudantes da rede pública. O prefeito Luciano Cartaxo deu benefício aos alunos da rede municipal. Há alguns meses, por iniciativa de um deputado da oposição, Anísio Maia (que hoje nem é mais), a Assembleia promulgou a gratuidade na rede estadual, impondo ao Governo do Estado a decisão.
Mas, e os demais estudantes? O que foi prometido foi o passe livre para todos eles. Não uma parte deles. Então, eles têm razão de voltar às ruas. E, se houver de fato lideranças estudantis realmente comprometidas, eles deverão permanecer na trincheira, até os políticos aprendam a cumprir com suas promessas e encontrem um meio de conceder o passe livre para todos os estudantes.
Simples assim.