Empresa doou R$ 300 mil para o PSB de Ricardo depois da eleição
Fatos estranhos não param de rondar o Governo Ricardo Coutinho. Não bastasse o festival de escândalos, alguns de repercussão nacional, surge essa suspeitíssima informação sobre doação de R$ 300 mil da Toesa para o PSB, em 2010, ano que em RC foi candidato a governador.
A doação foi feita pelo português Jaime Gomes da Silva (CPF 010.871.777-15), em 19 de novembro de 2010, para a conta do PSB. Jaime é irmão (irmãos andam em alta…) do proprietário da Toesa, David Gomes. E a doação foi realizada através de transferência eletrônica, segundo o site do TRE.
Pois, meu caro Paiakan, não é que, apenas um dia depois (em 30 de novembro), exatos R$ 300 mil saíram do PSB e foram desembarcar inteirinhos na conta de campanha de Ricardo Coutinho? É o que registra o site do TRE. Pode ser apenas mera coincidência, claro. Elas existem.
Porém, o detalhe mais intrigante nessa história é o fato das doações terem ocorrido depois das eleições, que aconteceram em outubro de 2010. Resolução (nº 23.217) do TSE diz, em seu art. 20, que os “os candidatos e comitês financeiros poderão arrecadar recursos e contrair obrigações até o dia da eleição.”
Mas, há uma exceção: “… será permitida a arrecadação de recursos após o prazo fixado no caput, exclusivamente para quitação de despesas já contraídas e não pagas até aquela data.” Certamente esse deve ser o caso.
A Toesa Service é a mesma empresa, que foi denunciada pelo Fantástico, por envolvimento naquela Operação Pandora, e suspeita de pagamento de propinas. No início de seu Governo, RC chegou ensaiar um contrato de terceirização com a Toesa mas, após denúncia da Imprensa, decidiu recuar.
Foi também uma das empresas flagradas pelo repórter Eduardo Faustini no Fantástico em crime de corrupção explícito. Consta um diálogo em que o presidente da empresa prometeu ao repórter (que se apresentou como gestor do Hospital de Pediatria da UFRJ) pagamento da propina: “Bateu o crédito na conta. No máximo 48 horas depois está na sua mão”.