Dissidentes do PMDB são barrados, rejeitam RC e anunciam apoio a Cássio
Resultado: o que poderia ter ficado como um mero (ops!) evento fechado talvez de menor dimensão, terminou ganhando maior amplitude, após a direção estadual do PMDB impedir o acesso dos dissidentes à sede do partido. A verdade é que, ao ser realizado na rua, principalmente após a intervenção da Justiça Eleitoral, o movimento chamou muito mais a atenção da população.
E deu ainda mais mote para os dissidentes abrirem fogo contra os dirigentes. O deputado Manuel Júnior não poupou os caciques peemedebistas, por aderirem ao governador Ricardo Coutinho: “Fomos traído miseravelmente por Ricardo em 2006, 2008 e 2010. Nosso passado recente é de oposição ao atual governo que piorou a saúde, a educação e a segurança e que tem vários casos de traição ao PMDB.”
O deputado Trócolli foi ainda mais incisivo: “É preciso ter vergonha na cara. O que houve aqui, com a adesão da cúpula do PMDB ao atual governador foi uma vergonha, e não poderíamos compactuar com isso. Não poderíamos acompanhar que massacrou e humilhou o PMDB, é uma extrema falta de dignidade o partido apoiar quem sempre o maltratou. Estamos com Cássio.”
Além de Manuel Júnior e Trócolli, também rejeitaram a adesão a RC os deputados Márcio Roberto e Olenka Maranhão. Alguns deputados de outros partidos também prestigiaram o evento, dentre eles Pedro Cunha Lima (o mais votado nas últimas eleições), do PSDB, e Caio Roberto, do PR. Também prestigiaram a ação dos dissidentes representantes do Fórum dos Servidores do Estado.
Barrados – Momentos antes de iniciar a entrevista coletiva, convocada pelo deputado Manuel Júnior, veio a informação de que a direção estadual do partido impedia o acesso às dependências de sua sede. Os dissidentes, então, decidiram improvisar o momento na calçada, em frente à Fundação Ulysses Guimarães, e ainda foram impedidos de usar carro de som pelos fiscais da Justiça Eleitoral, acionados pelo partido.
Resumo da ópera – Para um partido que conseguiu eleger um senador, três deputados federais e quatro estaduais, mesmo sem ter alianças, o PMDB poderia ter uma participação mais honrosa nesse segundo turno das eleições. Fracionado como está, é difícil saber quem mais terá apelo eleitoral: se a direção estadual, que aderiu ao governador, ou se a dissidência, que mostra um ímpeto incomum.
O partido corre o risco de terminar o segundo turno menor do que saiu do primeiro.