De Ricardo pra Ricardo: “A Assembleia não se curva!”
Na Paraíba dos tempos republicanos tem ficado evidente a capitulação dos demais poderes em relação ao Executivo. Ao longo do ano passado, só pra citar um exemplo, o Governo Ricardo Coutinho reduziu como quis o duodécimo de Assembleia, Tribunal de Justiça, TCE e Ministério Público e, a exceção de uma ou outra queixa, todos se dobraram à vontade do Palácio da Redenção.
Então, a regra geral que ficou para a opinião púbica foi de um humilhante agachamento dos demais poderes ao Executivo. Mas, se vê que há uma exceção. Assembleia Legislativa tem se transformado no único bastião de resistência contra abusos do Governo. Foi assim na votação das chamadas MPs do Mal e tem sido assim na postura de altivez do presidente Ricardo Marcelo.
Nas horas seguintes à votação das MPs, setores do Governo, utilizando segmentos da mídia, partiram para o ataque a Marcelo, a quem tem responsabilizado pela acachapante derrota de RC. E, da mesma forma que houve o ataque, veio a resposta. Na sessão desta quarta (dia 18), Marcelo falou grosso: “Não me intimido com ameaças. Não tenho medo de cara geia. A Assembleia não se curva!”
Recado mais direto impossível. Recado que, aliás, o nosso ínclito, preclaro e insigne governador deveria refletir. A culpa de suas derrotas devem ser atribuídas à falta de um líder mais eficiente, de um chefe da Casa Civil com mais autoridade e, especialmente, de um Governo com mais credibilidade.
Tem sido comum o atual Governo atribuir responsabilidades a terceiros quando erra. Esta tática funciona uma vez, duas talvez, mas não funciona sempre. A verdade é que a Assembleia deu uma demonstração de altivez e, sobretudo, de que os poderes devem ser independentes para que haja democracia.
Fora disso é ditadura.