Desabafo de servidora: “Estudar para que excelentíssimo governador Ricardo Vieira Coutinho?”
O texto foi publicado numa rede social por uma servidora (técnica administrativa). A servidora questiona a redução em seus salários após o aumento de 1% dado pelo governador Ricardo Coutinho, afora o fato de que a maioria dos técnicos administrativos é, hoje, obrigada a trabalhar como “cuidadores de crianças, porteiros, faxineiros, merendeiras”.
Diz ainda: “Ganhávamos acima do salário-mínimo há dois anos atrás. Mas, não obstante a um salário tão farto, a cada ano que se passou, fomos chegando cada vez mais próximo ao mínimo… Todo ano começo de ano, temos um aumento para tentar minimizar toda essa discrepância. O nosso foi tão alto, 1%, que ficou abaixo do mínimo…”
A servidora, então, ironiza: “Ganhávamos um adicional perfeito de R$ 60,00 por mês para nos alimentar… e R$3,00 ao dia, daria com folga para pagar nossa passagem (R$ 4,70) de ida e volta até o restaurante comunitário feito pelo governo estadual, e chegando lá, ainda sobraria uma grana para pagar os R$ 2,00 de almoço nesse mesmo local (totalizando R$ 6,70).”
Mas, até esse auxílio-alimentação o governador cortou este mês. Confira o desabafo da servidora, que, obviamente, mantivemos no anonimato para não sofrer outras sanções:
“Estudar para que Excelentíssimo Governador Ricardo Vieira Coutinho?
Obrigada por tanto merecimento a nossa categoria.
Passar em um concurso público é um prova de esforço, dedicação e honra para muitos. Não precisaríamos de parentes nem aderentes muito menos conhecimento para adentrar em um cargo, e o mérito, esse sim, seria nossa chave de acesso.
E nesse acesso, já nos deparamos com maravilhosos desvios de funções. Desvios esses, que não existiam nem nas maiores subjetividades e entrelinhas de nosso querido amigo, o edital.
De técnicos administrativos, passamos a ser cuidadores de crianças, porteiros, faxineiros, merendeiras, e por aí vai… ( não culpo os gestores, pois foi tirada sua equipe de apoio, por ordem do MPE – PB, que obrigava concurso na área administrativa e acadêmica, já transitado e julgado – adentramos por meio legítimo e legal, as vagas que deveriam ser administrativas, e não de apoio).
Ganhávamos acima do salário-mínimo há dois anos atrás.
Mas, não obstante a um salário tão farto, a cada ano que se passou, fomos chegando cada vez mais próximo ao mínimo.
Ganhávamos um adicional perfeito de R$ 60,00 reais por mês para nos alimentar, afinal, quem Trabalha 8horas por dia precisa almoçar, e R$3,00 ao dia, daria com folga para pagar nossa passagem (R$ 4,70) de ida e volta até o restaurante comunitário feito pelo governo estadual, e chegando lá, ainda sobraria uma grana para pagar os R$ 2,00 de almoço nesse mesmo local (totalizando R$ 6,70).
Mas o melhor ainda estava por vir.
Todo ano começo de ano, temos um aumento para tentar minimizar toda essa discrepância. O nosso foi tão alto, 1%, que ficou abaixo do mínimo! é como isso é inconstitucional, chegamos onde todos os trabalhadores sonham! isso mesmo! diminuímos nosso salário.
Chegamos lá, no salário mínimo, e o melhor, lembra que ia falar do melhor, esse maravilhoso e farto auxílio alimentação também nos foi negado. Não teremos mais ele. Ele que nunca foi devidamente justo. Parece até que não sentiremos falta alguma, já que um salário gratificante desses leva o nosso profissionalismo, nosso ego, nossos conhecimentos, nossa garra, nossa vontade de trabalhar, nas alturas!!
Sentimento de fracasso. Sentimento de desvalorização profissional. Sentimento de que não vale nada estudar, já que agora, quem conhece o governador, ou qualquer outro político e portanto nunca precisou estudar, ganhará mais que os técnicos administrativos.
Eles só descontam 8% de inss (são prestadores/comissionados). Nós somos estatutários (palavra de peso e sem peso algum nesse momento), temos 11% de desconto na nossa previdência.”