Por que Cartaxo está passando a Prefeitura para Nonato?
A notícia sem dúvida surpreendeu a praça política. Pelo inusitado. De repente, o prefeito Luciano Cartaxo decidiu se licenciar, pelos próximos 20 a 30 dias, para usufruir das férias que não tirou desde que assumiu a Prefeitura, há dois anos. Ainda mais que deverá passar o cargo para o seu vice Nonato Bandeira, com quem experimentou algumas divergências, especialmente na última campanha eleitoral.
A decisão a ser confirmada hoje durante a reabertura dos trabalhos na Câmara Municipal revela, de um lado, a ocorrência de uma reconciliação política do prefeito com seu vice. Vice que, a propósito, é adversário do governador Ricardo Coutinho, de quem Cartaxo é parceiro. Apesar do fastio do PSB de Ricardo em participar da gestão de Luciano e Nonato.
De outro lado, em declarações à Imprensa, o prefeito Cartaxo produziu uma frase que, pelo visto, é endereçada a algum agente político: “Esse é um Governo que cumpre os compromissos (contratar os concursados). O nosso Governo tem essa marca e eu sempre digo que compromisso é para ser cumprido!” Ficou a dúvida: quem entre tantos gestores da praça não cumpre compromissos?
Por fim, especula-se também que o prefeito vem sofrendo uma pesada pressão de vários vereadores, por conta de recentes demissões de prestadores de serviço. Cartaxo argumenta que as exonerações foram necessárias para poder contratar os 1,3 mil servidores concursados para a área de educação. Fato que alguns vereadores não querem compreender.
Não se pode perder de vista, que a contratação dos concursados no volume anunciado por Cartaxo foi um contraponto importante ao fato do governador não cumprir a promessa de nomear os concursados da Polícia Civil. Uma resposta talvez ao tratamento dispensado ao PT, na composição de seu Governo, quando, no contraponto, abrigou um volume considerável de peemedebistas.
A verdade é que, além de instalar um desafeto (Nonato) de Ricardo Coutinho na Prefeitura, Cartaxo sinaliza para um recuo estratégico, deixando momentaneamente a linha de tiro, devendo retomar mais adiante sem arranhões e com munição necessária ao ano pré-eleitoral que está apenas começando.