Câmara cria nova CPI para apurar escândalo da Petrobrás
Foi o início de uma CPI anunciada: bastou o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, por sua assinatura no requerimento, e voltou a moer a investigação de um dos maiores escândalos da história do País, envolvendo a sua maior empresa, a Petrobrás. Na manhã desta quinta (dia 5), foi aberta oficialmente a segunda CPI da Petrobrás. E com muito combustível para queimar.
Por coincidência, ocorre no mesmo dia em que o tesoureiro do PT, Vaccari Neto, apontado (no âmbito da Operação Lava Jato) como operador o sistema de propinas, foi detido pela Polícia Federal para depor. Para iniciar os trabalhos, a nova CPI, os partidos terão que indicar os 27 membros titulares e 27 suplentes, que irão conduzir os trabalhos. O que deve ocorrer após o Carnaval.
Ao todo, 182 deputados (52 governistas) assinaram o requerimento de instalação da nova CPI. Eram necessárias apenas 171 assinaturas. PT e PMDB devem disputar a presidência da comissão. O Governo Dilma é contrário à instalação da nova CPI, alegando que as investigações já estão sendo conduzidas pela Justiça e a Polícia Federal, e só trará mais desgaste à imagem da Petrobrás.
Segundo Eduardo Cunha, as investigações como uma nova CPI serão importantes para “passar toda essa história a limpo e oxigenar a imagem da Petrobrás, de forma que a empresa possa voltar a ter credibilidade no mercado”. Cunha chegou a ser citado como suspeito de participar do esquema de propina, mas negou qualquer participação no escândalo.
Duas CPIs – No ano passado, como se sabe, duas CPIs foram criadas, ambas presididas pelo ex-senador Vital Filho, para investigar denúncias contra a Petrobrás. A CPI mista, formada por deputados e senadores, foi encerrada em dezembro com o pedido de indiciamento de 52 pessoas, entre eles os ex-diretores da estatal Nestor Cerveró, Paulo Roberto Costa e Renato Duque.