O que a Paraíba republicana tem em comum com a Venezuela de Maduro?
O que tem a ver a condenação do juiz Ali Fabrício Paredes, pelo Governo da Venezuela (que está a 4 mil quilômetros de João Pessoa) e a recente punição imposta à juíza Lúcia Ramalho, com aposentadoria compulsória? É possível que alguns nem esteja maduros (ops) para entender. Mas, o fato é que lá na Venezuela de Maduro, um juiz foi preso por condenar um narcotraficante a 14 anos de prisão.
Lá na Venezuela de Maduro, o narcotraficante Walid Makled foi condenado pelos crimes de tráfico de cocaína e lavagem de dinheiro, num ato de extrema ousadia do magistrado, dadas as conhecidas ligações de Makled com integrantes do Governo. Logo em seguida, dois juízes ordenaram a prisão de Paredes, sob a acusação de corrupção e formação de quadrilha.
Aqui, a juíza Lúcia Ramalho tem sido perseguida por setores do Governo Ricardo Coutinho, desde que determinou o cumprimento de uma sentença, para que o Estado pagasse a parcela dos salários que havia suprimido dos contracheques do pessoal do antigo Ipep. Numa primeira ofensiva, a magistrada foi afastada. Mas, conseguiu voltar. Recentemente, foi aposentada de forma compulsória. Vai recorrer, já avisou aos seus algozes.
Caso Makled – Só pra ilustrar, e segundo reportagem da Folha de São Paulo (http://goo.gl/XjUhs6), Makled é empresário do interior conhecido pelos laços com o então presidente Hugo Chávez (1999-2013). Ele foi preso na Colômbia em 2011 a pedido dos Estados Unidos. Durante operíodo em que esteve sob custódia do Governo colombiano, Makled revelou à Imprensa que seus negócios ilícitos tinham cumplicidade de políticos e militares venezuelanos, a quem pagava milhões de dólares em propina.
Diz ainda a Folha de São Paulo: “Makled afirmou que havia disparado o número de carregamentos de cocaína colombiana que passavam pela Venezuela em direção a EUA e Europa. Apesar da pressão americana para que fosse extraditado aos EUA, Makled acabou entregue à Justiça da Venezuela, que o mantem desde então sob custódia.”