Jornalistas cobram apuração de crimes contra profissionais e pedem paz

O recente assassinato do radialista Ivanildo Viana desencadeou uma onda de manifestos contra a violência crescente na Paraíba, e que agora também ameaça aos profissionais de Imprensa. Foram vários os registros, nos últimos dias, envolvendo jornalistas. Uma nota assinada por jornalistas de todo o Estado pede exatamente paz e liberdade plena de expressão no Estado.

Na manhã desta terça (dia 3), o deputado Frei Anastácio associou-se à luta, manifestou sua preocupação com a escalada de violência no Estado, e pediu providências especialmente nos crimes cometidos contra os profissionais de Imprensa. Anastácio cobrou rigor da Secretaria de Segurança na investigação desses crimes, além de “plano de ação pra combater a violência contra profissionais de Imprensa”.

Confira na íntegra o manifesto dos jornalistas:

“MANIFESTO PELA PAZ E A LIBERDADE DE EXPRESSÃO NA PARAÍBA

Considerando os ataques sofridos por vários profissionais de imprensa em todo o estado da Paraíba, que culminou com a morte do radialista Ivanildo Viana na cidade de Santa Rita, ainda com a tentativa de intimidação do Blogueiro Mário Luiz, conhecido como “Carioca”, que teve sua casa alvejada por tiros, durante a madrugada deste domingo (01/03/2015), da mesma forma, com o Radialista Ivanilson Gouveia, que também teve sua casa metralhada. Referenciando-se também com incêndios de várias rádios comunitárias em todo o estado, a exemplo de; Alhandra, Soledade, Pedra Branca e Massaranduba – um grupo de Jornalistas, Blogueiros, Administradores de Sites, Radialistas e simpatizantes que integram a Rede de Notícias Paraíba, se veem no dever de vir a público expressar seu sentimento de indignação, ao mesmo tempo solicitar providencias e punição para os culpados de tais atos que maculam a liberdade de imprensa e de expressão, conquistada a tão duro sacrifício pela sociedade brasileira.

Ao Governo do Estado, ao Secretário da segurança e defesa Social, os profissionais que subscrevem este manifesto, solicitam agilidade e rigor na apuração dos fatos narrados, em especial os mais recentes, com a finalidade de que a morte do Radialista Ivanildo Viana, não seja apenas mais um número na lamentável estatística de homicídios da Paraíba.

A Sociedade Civil organizada, aos órgãos como OAB/PB, Ministério Público, Poder Judiciário, Polícias Militar, Civil, Federal e Polícia Rodoviária Federal, solicitamos o apoio, lembrando que, somos nós profissionais da imprensa que estamos na vanguarda da comunicação com o povo paraibano e que estamos sendo vítimas pelo simples fato de representarmos a voz rouca das ruas.

Estamos passando por um momento de crise de segurança, como nunca visto antes e nossa missão não consiste em atribuir culpa a este ou aquele setor, entretanto, estamos certos de que a solução para a insegurança que vivenciamos a cada dia, só poderá ser alcançada se unirmos as forças com um só ideal.

Diariamente assistimos a execução de crianças, idosos, trabalhadores, policiais, professores, profissionais da imprensa e em muitos casos só assistimos estarrecidos, permanecendo inertes diante de tamanhas barbáries. Chegou a hora de darmos as mãos e pedir paz, segurança e punição para os culpados dos crimes aqui relatados. Não apenas pelo colega radialista, mas, sobretudo pelas centenas de vítimas inocentes que tombam todos os anos frente ao crime que confia na impunidade.

Não podemos deixar de lembrar que, além do colega radialista, a Paraíba já registra só este ano, o assassinato de pelo menos 04 crianças; 09 mulheres; 02 policiais; 09 idosos e tantas outras vidas que foram perdidas para o crime.

É hora de dar um basta nesta violência!

É importante salientar que, quando a imprensa e a polícia passam a ser vítimas da violência, é porque a barreira da ordem social já foi quebrada e precisa ser restaurada. O ataque aos profissionais da imprensa paraibana, não tem atingido apenas as vítimas e suas famílias, na verdade, o estado democrático de direitos, a liberdade de expressão e de imprensa são os principais alvos dos marginais que tentam a todo o custo, calar as vozes dos que estão dando a vida em defesa do povo.

Por fim, esperamos que as entidades aqui mencionadas fiquem solidárias com esta luta e da mesma forma, se mobilizem com a finalidade de restaurar a paz social que o nosso povo tanto almeja.”