Nélida Piñon destaca em participação no Salão de Livros que “literatura é para os fortes”
“Sabe o que digo? Que a literatura é para os fortes”, afirmou a escritora Nélida Piñon, durante sua participação no Salão de Livros de Paris. A imortal da Academia Brasileira de Letras destacou sua obsessão com os textos que escreve. “Escrevo muito. Vejo meu texto acabado depois de cinco, seis, sete versões. É uma loucura. E eu que tenho tendência a pequenas obsessões.”
A autora de “A Doce Canção de Caetana” e “O Livro das Horas”, foi o destaque do debate “La littérature comme projet de vie”, ao lado do escritor paulista Daniel Galera e ressaltou que sua vida sempre foi escrever. “Desde pequena me sentia indomável diante do desafio de escrever. Mas, para mim, a literatura sempre foi o mais importante. Não me vejo fora da literatura.”
E quando procurou definir sua literatura, Nélida afirmou ser uma construtora da realidade. “Eu ando com essa tentação de desnudar-me diante do leitor, mas vou controlar. Desnudar-me não seria uma lisura moral. Porque vou continuar sendo uma construtora de realidade. Sou uma artista, uma escritora. Nunca vou dizer uma verdade, porque a verdade para mim é relativa.”