Ausências e presenças no Salão de Livros de Paris no ano dedicado ao Brasil
O 35º Salão de Livros de Paris, realizado entre os dias 20 e 23 de março, foi marcado pela presença de grandes escritores brasileiros, dentre eles Luiz Luffato, Milton Hatoum e Nélida Piñon. A Paraíba esteve representada pelo escritor Helder Moura. O evento também registrou a ausência de uma das figuras mais aguardadas: Paulo Coelho.
O Mago era esperado para o encerramento do Salão, mas alegou que seu voo só chegaria à Paris à noite (O Salão encerrou as atividades às 19h00). Coelho estava na Espanha onde, na noite anterior, realizou uma festa entre amigos em comemoração ao Dia de São José.
Coelho não foi ao evento que homenageava o Brasil, assim como não foi à Feira de Frankfurt, em 2013, quando os escritores brasileiros também eram destaque.
Sua ausência, porém, parece que foi mais sentida pela organização e pela mídia que pelos escritores ali presentes. O poeta e professor Affonso Romano de Sant’Anna disse ser da “menor importância” o cancelamento da ida de Paulo Coelho ao evento. Ronaldo Correia de Brito fez coro e disse que “não há perda nenhuma para o Salão”.
O Salão de Livros foi considerado um sucesso pelos organizadores. Durante os quatro dias do evento, o pavilhão de honra do Brasil atraiu 60 mil dos 200 mil visitantes da feira. O público francês prestigiou as sessões de autógrafos e as quase 50 palestras e mesas redondas programadas com os autores brasileiros presentes.
A livraria do pavilhão ofereceu 14 mil volumes de 1.200 títulos. E a livraria Fnac, responsável pelo estande, adiantou que mais de 8 mil livros foram vendidos, um volume superior ao do ano passado, quando a Argentina foi a homenageada. Os campeões de vendas foram Milton Hatoum e Paulo Lins, que integram a delegação, e o clássico Machado de Assis.
Por causa do salão, cerca de 30 novas traduções de autores brasileiros já foram publicadas em 2015. Um número maior do que os 24 editados no ano passado, quando o Brasil também foi homenageado na França no festival literário de Saint-Malo.
A França ocupa o 3° lugar entre os países que se beneficiaram do programa de apoio à tradução da Fundação Biblioteca Nacional. O programa já beneficiou 32 editoras francesas e 52 bolsas foram concedidas nos últimos cinco anos.
A visibilidade dessa homenagem no Salão do Livro de Paris na mídia, tanto na França quanto no Brasil, foi boa. Os principais jornais franceses publicaram grandes e elogiosos artigos sobre a diversificada literatura contemporânea brasileira.
E a homenagem ao país vai continuar. O Brasil é o convidado do Salão Literário de Fuveau, que acontece em setembro de 2015, no sul da França.