A adesão de Wellington e a estratégia de longo prazo de Ricardo Coutinho
Não foi exatamente uma surpresa a adesão do deputado Wellington e seu filho Caio Roberto ao esquema do governador Ricardo Coutinho, menos de um ano após ter apoiado a candidato de Cássio Cunha Lima. E apesar, é bom lembrar, do fato de Wellington (e também Caio) ter sido um dos críticos mais ferrenhos de Ricardo.
Caio tinha, inclusive, um parecer pela desaprovação das contas de RC, até as eleições ao ano passado. Mas, a adesão não foi exatamente uma surpresa. Há um histórico de comportamento pendular do grupo. Também contribuiu a desarticulação que reina, atualmente, nas oposições, desde o baque sofrido nas últimas eleições.
O senador Cássio Cunha Lima que, em princípio, deveria liderar a oposição, tem se mantido distante do Estado e parece mais empenhado num projeto nacional, a partir, inclusive, de sua assunção com líder do PSDB no Senado Federal. Sem um timoneiro, fica fácil para o governador Ricardo Coutinho arrebatar eventuais bolsões de resistência.
Ricardo age rápido e está certo. Com apoio político sólido, será mais fácil enfrentar a travessia das ações que correm na Justiça Eleitoral e pedem sua cassação. O governador, claramente, amplia sua base para se consolidar como maior liderança política do Estado, e deverá entrar com muita força na disputa pelas prefeituras das principais cidades em 2016, a partir de João Pessoa.
Sabe que, elegendo os prefeitos dos maiores colégios eleitorais, e com um lastro político de peso, terá grandes chances de emplacar seu sucessor no Governo do Estado, e formatar inclusive um possível retorno futuro ao posto. Se não sofrer um revés no Judiciário, Ricardo poderá estabelecer um domínio político de mais uma década pela frente. É claramente seu projeto.