Conselho decide pedir a federalização do caso Bruno Ernesto e garantias de vida para Pâmela
O Conselho Estadual de Direitos Humanos está preparando os procedimentos legais, para requisitar a federalização do assassinado de Bruno Ernesto. Segundo a conselheira Laura Berquó, “no caso Bruno Ernesto, há elementos novos, que nos levam a concluir pela necessidade de levar as investigações para o âmbito da Polícia Federal”.
“Além do pedido de federalização do crime de Bruno Ernesto, nós também pretendemos pedir garantias de vida para a ex-primeira-dama, Pâmela Bório, porque claramente ela está passando por imensas pressões, após fazer uma associação entre o escândalo do Jampa Digital e o assassinato de Bruno”, acrescentou a conselheira.
“Pâmela tem denunciado, em várias oportunidades, abuso de poder e de autoridade do governador (Ricardo Coutinho) e passou, recentemente, pelo constrangimento de ser levada para depor de forma coercitiva, um episódio que a todos surpreendeu”, lembrou Laura. A petição deverá ser protocolada junto ao Superior Tribunal de Justiça, a quem cabe deliberar sobre a federalização de crimes.
Além do crime de Bruno Ernesto, o Conselho também deverá solicitar o mesmo para o assassinato de Rebeca e Sebastião Coutinho (ainda insolúveis).
Caso Bruno – Bruno Ernesto Morais foi sequestrado e assassinado, em fevereiro de 2012, com o detalhe que os bandidos levaram dinheiro e o seu notebook onde estava, segundo versão de seus familiares, todos os arquivos em relação ao Jampa Digital. O caso levantou suspeitas de ter sido uma morte por encomenda, confirmada por um dos bandidos presos, após o crime.
Publicação – No último mês de abril, Pâmela estabeleceu uma relação entre o escândalo Jampa Digital, que ganhou dimensão nacional (recentemente o Ministério Público Federal decidiu abrir novo procedimento de investigação) e a misteriosa morta de Bruno Ernesto, que era um dos coordenadores do programa Jampa Digital, ao publicar em seu Instagram (imagem abaixo): “Quando a sociedade se cala, a impunidade ganha voz. Vide o caso de Bruno Ernesto, do Jampa Digital.” Ela também sugeriu a ocorrência de execução.
Interpelação – Inês e Ricardo Figueiredo, pais de Bruno Ernesto, decidiram então protocolarjunto ao Juizado Especial Criminal de João Pessoa uma ação, conhecida como “explicação em juízo” (processo de nº 300.132.636.2015.815.2002), em que pedem a intimação de Pâmela, “objetivando a confirmação, em juízo, ou negativa de suas afirmações, ligando o assassinato de Bruno Ernesto ao chamado “escândalo do Jampa Digital”.