Dilma rebate Lula e diz que não se sente no volume morto, mas “ele tem todo direito de dizer onde está”
Pode ser que não, pode ser que sim. Mas, pelos sinais de fumaça no ar, há ruído na relação entre o ex-presidente Lula, o criador, e a presidente Dilma Rousseff, sua cria. Há poucos dias, durante um encontro do PT, Lula afirmou que ele e Dilma estavam num tal “volume morto”. Ou seja, a parte de água de uma barragem que não é utilizada pelas condições normais de consumo.
Bem, a presidente Dilma decidiu responder ao ex, durante entrevista à Folha de São Paulo: “Ele tem todo o direito de dizer onde está (!) e onde acha (!) que eu estou. Mas, não me sinto no volume morto, não. Queridos, podem querer, mas não faço crítica ao Lula não. Não preciso. Deixem ele falar”. Foi a primeira vez que a presidente se referiu ao ex-presidente com ironia.
Para os desatentos, é conveniente lembrar que o ministro José Múcio (TCU), não apenas pelo fato de ser sido nomeado por Lula, é um de seus grandes amigos em Pernambuco. Mesmo após deixar a Presidência da República, Lula manteve laços com José Múcio. E foi esse o ministro que iniciou o martírio de Dilma no escândalo das chamadas pedaladas fiscais. Talvez apenas mera coincidência.
Não tem mea culpa – A entrevista é longa e, dentre tantas declarações, Dilma também afirma sobre as especulações em torno de seu impeachment (ou renúncia): “Eu não vou cair. Eu não vou, eu não vou. Isso ai é moleza…” E, obviamente, arguiu inocência em meio aos escândalos da Lava Jato: “Eu não sou culpada. Se tivesse culpa no cartório, me sentiria muito mal. Eu não tenho nenhuma.”