Nomeação de parentes de magistrados expõe a crise moral no Brasil
A informação, por mais que cause indignação, não surpreende. Mas, expõe o tamanho da crise moral que o País experimenta em tempos de mensalão, petrolão e outros palavrões da corrupção. De qualquer forma não deixa de causar certo asco a notícia de que o presidente do Tribunal de Contas da União, Aroldo Cedraz, nomeou o concunhado de seu filho para a Corte.
Aqui não se questiona a capacidade técnica do cidadão Daniel Maia (esse é o nome do nomeado), casado com a irmã da esposa de Tiago Cedraz, filho de Aroldo. Justo Tiago, que é suspeito de tráfico de influência (termo que anda na moda) e de ter recebido propina do famoso delator Roberto Pessoa, aquele mesmo que a presidente Dilma afirmou nos Estados Unidos não respeitar.
Mas, há um detalhe perturbador: Em depoimento, o delator Ricardo Pessoa afirmou ter negociado pagamento de R$ 1 milhão com Tiago para que um caso de seu interesse, que envolvia licitação para obras na Usina de Angra 3, fosse aprovado pelo TCU. O caso passou pela Secretaria de Contas responsável pelos processos na área de energia elétrica. Cargo ocupado por (adivinhem)… Daniel Maia.
Pode até não haver qualquer deslize nessa relação incestuosa, mas não há como evitar suspeitas. Da mesma forma como ocorre em muitos casos de nomeações de parentes de magistrados no Governo da Paraíba. Não são ilícitas, mas, no mínimo, levantam suspeitas.