Governador leva vantagem na queda de braço com Cartaxo nos 430 anos de João Pessoa
Vamos combinar. Se é que há uma queda de braço entre o prefeito Luciano Cartaxo e o governador Ricardo Coutinho em torno do 430 anos de João Pessoa, pode-se dizer sem medo de errar que governador ganhou o primeiro round. E com larga margem. Somente com a inauguração do Trevo de Mangabeira, Ricardo já leva Cartaxo às cordas.
Pode-se argumentar que Ricardo Coutinho está com cinco anos de mandato e prometeu o Trevo desde 2010. Mas, fez. E vai inaugurar num momento emblemático, que é o período de aniversário de João Pessoa. Cartaxo tem evidentes dificuldades para tocar algumas obras de mobilidade, como, por exemplo, aquela ponte prometida no final da Avenida Beira Rio.
Dá até a impressão de que, apesar de aliado da presidente Dilma, e estar em seu partido, o PT, ele não tem o mesmo prestígio que um governador filiado ao PSB, legenda hostil ao Palácio do Planalto. Cartaxo precisaria ter os instrumentos necessários, com efetiva ajuda do Governo Dilma, para tocar suas obras de mobilidade. Assim, fica difícil competir com o governador.
Ricardo, claro, se aproveita do cenário de desgaste da presidente, cola nela, e emplaca logo duas obras importantes, como o Trevo de Mangabeira e o Viaduto do Geisel. Obras que, em tese, deveriam ser realizadas pela Prefeitura e não pelo Governo. Então, se há de fato uma disputa entre os dois, a preço de hoje, o governador leva vantagem. Ampla vantagem.
Não se pode, é claro, desconhecer que o prefeito tem obras importantes em andamento, como a revitalização da Lagoa. Mas, o ritmo é devagar quase parando. A ponte da Beira Rio, ainda tem muita água para passar por baixo dela. Aquela ponte (ou viaduto) sobre a BR-230, próximo ao Espaço Cultural, então está claramente paralisada, para tormento dos moradores com suas ruas interditadas.
Os BRTs (Bus Rapid Transport) prometidos desde o início da gestão são apenas peças de ficção. Por essas e outras, o prefeito precisa, de um lado, rever sua relação com o Palácio do Planalto quanto os critérios de prioridades de liberação de recursos, especialmente num tempo de crise financeira e, de outro, rever sua estratégia para o enfrentamento com o governador.