RC muda humor em relação a Dilma após negativa de empréstimo e manifestações pelo impeachment
Houve um tempo em que o governador Ricardo Coutinho precisou muito da presidente Dilma. Na disputa pela reeleição, por exemplo. A vinda de Rousseff, com PT e PMDB no mesmo palanque foi o adjutório final que assegurou a sua reeleição no segundo turno. Depois, seguiu precisando de Dilma para liberação recursos federais vitais ao andamento de obras no Estado.
Mas, recentemente, o governador teve uma primeira frustração, quando o ministro Joaquim Levy (Fazenda) anunciou suspensão do aval para o governador contrair empréstimos em instituições internacionais. Ricardo queria cerca de R$ 2 bilhões. Então, desde o episódio, tem mudado gradativamente o humor do governador em relação a Dilma.
Mau humor que, coincidentemente, também se agravou com as mais recentes pesquisas de popularidade da presidente. Segundo a última Datafolha, o Governo Dilma tem uma desaprovação de 71%. E, aqui no particular para quem ninguém mais saiba, o governador tem procurado restabelecer as relações internas com a direção nacional do PSB.
Essas relações estiveram estremecidas por conta da posição do governador manter aliança com a presidente Dilma, na contração da orientação partidária de compor com a oposição. Seja por uma coisa, ou pela soma de todas, o governador começou a mudar. Na inauguração de posto do Detran, no Bairro do Valentina, esta quinta (dia 20), RC mostrou sua outra face para Dilma.
Parecia que estava saindo de uma placa fria, para renovar o seu IPVA político. Ele criticou a política econômica da presidente e chegou a cunhar uma frase de efeito: “É um remédio que mata o paciente.” Em seguida, jurou que está fazendo o “dever de casa”, num momento em que impôs uma sessão extraordinária na Assembleia para aprovar uma suplementaçãozinha de… R$ 950 milhões.
E encerrou revelando que nada do que a presidente Dilma e seu ministro Joaquim Levy acertaram com ele (e de resto os demais governadores), “eles vêm cumprindo”. Então arrematou para não haver dúvida: “Gostaria muito e estou cobrando isso publicamente, que o nosso diálogo com a presidente e com o ministro Joaquim Levy seja efetivamente cumprido.”