Presidente Dilma tem surto de lucidez e desiste de recriar a CPMF
A presidente Dilma finalmente compreendeu que o brasileiro não iria aceitar impavidamente a criação de mais um imposto, e recuou da disposição de recriar a CPMF. É importante um surto de lucidez num momento em que o País experimenta uma de suas maiores crises. Dilma viu que enviar ao Congresso um projeto de orçamento 2016 com déficit seria um mal menor.
E, claro, não se pode perder de vista, que o recuo da presidente, não foi apenas um surto de lucidez. Foi também o temor de sofrer uma acachapante derrota no Congresso Nacional, após os seus principais líderes sinalizarem contrários à recriação da CPMF. O surto de lucidez foi, pensando melhor, muito mais para preservar o Governo de um vexame, capaz de agravar seu atual quadro clínico.
Seria inadmissível realmente jogar a conta de todos esses escândalos nas costas do cidadão. Se o Governo e seus aliados erraram, eles é que devem pagar a conta. É bem verdade que, por mais boa vontade que tenha o juiz Sérgio Moro e seus auxiliares, não haverá como recuperar toda essa montanha de dinheiro desviada pela corrupção. Mas, colocar alguns na cadeia já ajuda. Inclusive de exemplo.
E, para ficar melhor na fita, a presidente só precisa deixar de falar em golpismo da oposição e setores organizados da sociedade, por discutirem a possibilidade de um impeachment. Golpe maior já foi dado no País, com rombos colossais em praticamente todas as estatais. Impeachment está previsto na Constituição, em que pese, pelo menos até onde a vista alcança, não haver claros indícios para a abertura de um processo assim contra a presidente.