Ricardo impõe derrama ao paraibano para cobrir rombo nas contas do Estado
A presidente Dilma vem, há semanas, tentando encontrar uma fórmula para incrementar as receitas da União, obviamente com aumentos de impostos. O detalhe é que ela vem tentando a operação ouvindo setores da sociedade e o Congresso Nacional. Na Paraíba dos tempos republicanos é diferente. De forma sorrateira e sem qualquer diálogo, o governador Ricardo Coutinho instituiu a derrama nos paraibanos.
Derrama foi um tributo imposto pelo rei do Portugal para sobretaxar o ouro do Brasil e acabou sendo um dos estopins da Inconfidência Mineira. Foi mais ou menos o que o governador impôs aos paraibanos, agora, com aumento de ICMS de importados (17% pra 18%), gasolina (25% pra 27%), ITCD (4% pra 8%) e IPVA (de 2% pra 2,5%). E isto tudo após anunciar que o Estado estava com as contas equilibradas.
Até se queixou de Dilma, por não autorizar empréstimos internacionais para o Estado, alegando que as contas estavam saneadas e o a Paraíba tinha capacidade de endividamento. Pois, sem diálogo ou qualquer aviso prévio, o governador desequilibra as contas do cidadão, com a sua derrama, tendo a conivência da Assembleia. Ou talvez seja até melhor falar em subserviência dos deputados de sua bancada.
O pacotaço fiscal do governador foi imposto no grito mesmo. E ponto final. Agora, o cidadão que cuide de apertar o cinto e pagar mais impostos, para tapar um misterioso rombo nas contas do Estado, que, até bem poucos dias, no discurso girassol, estavam no azul.