Senadores “rivais” afinam discurso contra “pacote de maldades” do Governo Dilma
Quem diria que os senadores paraibanos Cássio Cunha Lima (PSDB) e Lindbergh Farias (PT), sempre tão antagônicos no Congresso, repentinamente assumissem discursos semelhantes contra a presidente Dilma, após o anuncio das novas medidas fiscais, inclusive com a exumação da CPMF. Apesar de atuar em raias políticas diferentes, ficou patente que sincronizaram o discurso contra as medidas de Dilma.
Para Cássio, o “brasileiro não aguenta mais pagar tantos impostos e, sobretudo, pagar a conta dos desacertos do Governo”. Sobre o retorno da CPMF, Cássio pontou: “Teremos que ouvir todos os setores da sociedade, mas o ambiente no Congresso é contrário ao aumento de cargas tributárias. As chances de aprovação de mais carga tributária, como a volta da CPMF, são bastante limitadas no Congresso.”
Para Lindbergh, “o Governo (Dilma) voltou a atirar na nossa própria base, a presidente Dilma está atirando contra o pessoal que poderia ir às ruas defender o mandato dela… O Governo está insistindo numa fórmula que já fracassou, o último ajuste aumentou a recessão, o desemprego e só fez aprofundar a crise no País”. Ele reclama especialmente de cortes na educação, no PAC e no Minha Casa, Minha Vida.
A irritação de Lindbergh com o chamado “pacote de maldades” foi surpreendente, mas reflete o pensamento de grande parte do Congresso, e não apenas na oposição, como se vê. A presidente Dilma começa a perder apoio dentro de sua base, algo que se agravou com recentes declarações do ex-presidente Lula, criticando o pacote fiscal “que leva ao empobrecimento e à perda dos postos de trabalho”.