Sem resposta do MP pais de Bruno Ernesto decidem recorrer ao Exército e Polícia Federal para identificarem armas do crime
O caso do assassinato do jovem Bruno Ernesto terá mais um capítulo. Inês do Rego Ernesto Moraes e Ricardo Figueiredo Moraes, frustrados com o silêncio do Ministério Público do Estado, decidiram recorrer ao Exército e à Polícia Federal, para identificar a procedência das armas utilizadas no assassinato de seu filho: “Queremos apenas esclarecer a verdade.”
Tanto o Exército, quanto a Polícia Federal teriam, além do próprio Ministério Público, acesso ao Cadastro Nacional de Armas, para confrontar os números dos revólveres que foram usados pelos bandidos no crime.
Como se sabe, eles acionaram o Ministério Público em 17 de setembro, na esperança de obter a informação. Mas, até a tarde desta terça (diz 20), não receberam qualquer resposta, apesar de alegarem a Lei nº 9.051, que estabelece um prazo de até 15 dias para os órgãos públicos fornecerem informações solicitadas pelos cidadãos.
O crime – Bruno Eernesto foi assassinado, em 7 de fevereiro de 2012, quando era diretor de Infraestrutura e Suporte da Prefeitura de João Pessoa. Era, inclusive, um dos coordenadores do programa Jampa Digital, que, dois anos depois, foi escândalo nacional, através de extensa reportagem do Fantástico (Rede Globo). Mais em https://goo.gl/q8u8Jd.
Naquela noite de fevereiro, por volta das 19h, Bruno foi sequestrado pelos bandidos nas proximidades de sua residência, no bairro dos Bancários, colocado na mala do próprio carro (um Corsa Sedan) e levado a uma área deserta da Zona Sul. Após se apropriarem de seus bens, inclusive um notebook, ele foi assassinado com um tiro na nuca, mesmo pedindo para não ser morto. O crime levou o delegado de plantão a concluir que foi execução.
Identificação da arma – O inquérito policial foi concluído quatro meses após, com o enquadramento de todos os suspeitos. Mas, apresentou uma pequena falha no mínimo intrigante: apesar de ter o número de série das armas usadas no crime, a Polícia não identificou os proprietários. É um mistério, sem dúvida.
Ou seja, a Polícia teve acesso às armas do crime, comprovou sua utilização no assassinato, identificou o número de série, inclusive da munição, mas não identificou o proprietário? Seriam de propriedade dos próprios bandidos? Se não, de quem seriam? Foi essa a indagação que os pais de Bruno Ernesto, levaram à República em Brasília, no mês passado.
Registro – As armas identificadas como sendo do crime foram dois revolveres Taurus, com numeração ND95941 e 1180890. Mais que isto, a Polícia descobriu que as munições usadas no crime foram de calibre .38 tipo SPL + P de marca CBC Hollow Point (dumdum) com o seguinte numeração de lote “AHQouO92”. A quem pertenciam essas armas, afinal? E quem comprou essas munições?