Manifestantes ocupam Ponto de Cem Réis para cobrar julgamento do Jampa Digital à Justiça e ao TCE
O Ponto de Cem Réis virou um imenso mural onde manifestantes passaram a cobrar da Justiça e do Tribunal de Contas do Estado o julgamento do Caso Jampa Digital. Com enormes cartazes trazendo slogans como “Corrupção Mata” e TCE, julgue o Caso Jampa Digital”, os organizadores reclamam do atraso no julgamento desse escândalo que ganhou repercussão nacional.
Em agosto deste ano, Ministério Público junto ao Tribunal de Contas do Estado identificou irregularidades na aplicação dos recursos públicos no programa, recomendando a reanálise da licitação para compra de equipamentos e contratação da empresa Ideia Digital. Mas, desde então, o processo não tramitou mais no âmbito do TCE. Dai a cobrança dos manifestantes.
Jampa Digital – O programa Jampa Digital foi anunciado pelo então prefeito Ricardo Coutinho, antes de deixar a Prefeitura de João Pessoa, no início de 2010, para oferecer Internet gratuita na orla e em vários outros locais da cidade. O programa foi inaugurado até com show da cantora Pitty. Mas, apesar da aplicação de mais de R$ 6 milhões, nunca funcionou.
Diante do escândalo, que ganhou repercussão nacional, a Polícia Federal decidiu indiciar 23 pessoas por supostas irregularidades no projeto Jampa Digital. A investigação da PF concluiu que recursos do projeto foram desviados para financiar a campanha (de 2010) do governador Ricardo Coutinho.
De acordo com a Controladoria Geral da União na Paraíba, a licitação foi direcionada para que a empresa Idéia Digital ganhasse. A PF afirma que esta empresa desviou R$ 1,6 milhão e pagou R$ 1,1 milhão a outras duas empresas, a Brickell e a Rigusta. Estas duas teriam pago serviços do publicitário Duda Mendonça, que fez a campanha de Ricardo e Rômulo.
Em meio ao escândalo financeiro, houve quem identificasse uma relação com o assassinato do jovem Bruno Ernesto de Moraes. Seu homicídio permanece cercado de indagações, inclusive quanto a quem pertencia a arma utilizada no crime. O escândalo perdura sem julgamento após cinco longo anos.